Último post sobre investimentos
recomendava naturalmente posições diversificadas (antes de alavancar ganhos, desejamos proteger patrimônio), algumas
envolvendo risco, mas alocando percentuais menores neste ponto;
Entretanto para minha “sorte”,
até as posições de risco (a priori câmbio) mostraram-se por demais vantajosas;
Vamos a algumas ponderações sobre
este mês:
Nosso principal medo é sistêmico,
ou seja, que toda a atual conjuntura negativa de não crescimento da economia,
vide o já baixíssimo PIB e perspectivas negativas quanto ao mesmo (baixa) e
previsão de IPCA crescente, reflitam na economia “como um todo”;
Sabemos que deterioração nas
expectativas se tornam deteriorações “reais”, pois a falta de confiança
prejudica o consumo, a falta deste prejudica o investimento e cria todo um
efeito dominó perverso;
Desta forma, devemos buscar
alocações que não sejam (ou que sejam o menos possível) afetadas pelo risco de
mercado, por exemplo: no caso de ações, empresas distribuidoras de energia
elétrica, uma vez que vendem algo essencial para as famílias, empresas e
governos (apesar de aumento das tarifas gerarem redução de consumo...);
A taxa de juros subiu, em clara
política monetária contracionista – para arrefecer a inflação - e tentando
atrair capital internacional. Tal entrada de dólares acaba por segurar um pouco
a alta do mesmo (pela maior oferta) e torna mais competitiva nossas
exportações;
Mas esta alta da moeda americana
deu-se em todo o mundo, com desvalorizações tanto do Iene como do Euro, contra
a moeda americana, portanto é um movimento cíclico mundial e não localizado no
Brasil;
Cotação do US$ entre ago\2014 e mar|2015
Já se vem falando há um bom tempo
do aumento da taxa básica americana (Fed Founds) e concretamente vem ocorrendo,
entretanto bem lentamente (ainda bem), contra um mercado que apostava em
movimentos mais arrojados;
O gráfico abaixo nos assusta
quando imaginamos a possibilidade de uma volta aos níveis entre 2006 e 2008...
A Europa que mostrava um passo
por demais lento, beneficiou-se da queda mundial dos preços do petróleo, ao que
sobrou mais base monetária, a mesma está sendo imediatamente transferida para
um consumo por demais reprimido e este consumo (e expectativa) está prometendo
um crescimento mais robusto do que era apontado meses anteriores – o perigo é
depender por demais desta variável exógena: petróleo;
O Banco Central
chinês acena com nova política de incentivos. Até quando eles vão conseguir
manter aquecida aquela economia¿ Os fundamentos macroeconômicos nos ensinam que
não é possível manter este moto-continuo de crescimento, vide o que os EUA purgaram
recentemente via “sub-prime“. A aposta chinesa está em que o “mercado” fica
constantemente sob vigilância do Estado. Só o tempo dirá se estavam certos ou
não...
Até onde irá a
desvalorização do real (e nossa possível aposta em fundos cambiais)? O dólar
se encontra no maior nível em termos reais desde 2009;
Somente antes,
em outubro de 2002 o dólar “batia” 4,00 – em um momento crítico de nossa
economia. Temendo um default da dívida, por causa de movimentos políticos e situação
muito adversa na vizinha Argentina fizeram os investidores demandarem dólares
numa magnitude que nossas parcas reservas da época não puderam suportar. Hoje
temos reservas substancialmente maiores, entretanto nossa vizinha parece
possuir vocação para crises econômicas e uma crise em “Los Hermanos”
inexoravelmente seria sistêmica ao Brasil;
Enfim, quanto
mais frágil for nossa economia, mas sensível estamos aos solavancos externos;
Cotação
do dólar entre 2000 e 2012
Contudo, o
cenário negativo já vem sendo precificado pelo mercado faz tempo, seja com
aumento dos juros bancários, TX DI, ações e câmbio – face que as expectativas
atuam antes dos fatos;
Com previsão
(do próprio governo) de 2 anos difíceis e dos mais céticos de até 10 anos para
recuperação, podemos continuar inferindo potencial queda do real frente ao
dólar, Ibovespa “cara” ao marcar neste cenário conturbado perto dos 50.000
pontos, somente ações (ou fundos formados por) resilientes ao cenário macro
seriam boas indicações. A tabela abaixo mostra uma média ponderada pelo PL dos fundos de mesmo perfil dos nossos 3 principais bancos:
Fundos
|
Mar
|
Fev
|
2015*
|
12 meses
|
24 meses
|
36 meses
|
Ações Energia
|
3,51
|
7,50
|
4,80
|
8,66
|
-3,04
|
-23,55
|
Ações Exportação
|
2,67
|
6,15
|
3,86
|
1,15
|
-3,16
|
0,16
|
Cambial Dólar
|
12,39
|
6,61
|
18,95
|
41,94
|
60,28
|
78,28
|
Fundo em Renda Fixa
|
0,97
|
0,77
|
2,73
|
10,55
|
19,35
|
27,54
|
Fundo em DI
|
0,97
|
0,77
|
2,72
|
10,50
|
19,44
|
27,45
|
O “porto-seguro”
continua sendo Fundos atrelados a TX DI (ou LCA), Renda Fixa e Previdência,
dada sua inigualável vantagem tributária e sucessória.
Sempre
lembrando que rentabilidade passada não é prerrogativa de rentabilidade futura;Ao dispor para maiores esclarecimentos,
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