Voltou o otimismo com a Renda Fixa face a
perspectiva de estabilidade da Selic. Depois das sucessivas altas dos juros,
iniciadas na reunião do Copom de abril de 2013, tudo indica que o Banco Central
deve interromper o ciclo de aumento da taxa básica.
O indicador que mede o retorno dos títulos
de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional negociados no mercado secundário
(IMA) acumula alta de 5,23% em 2014, até dia 16 de maio. No mesmo período, a
variação do CDI foi de 4,54% e o Ibovespa subiu 4,79%.
A ótima rentabilidade da Renda Fixa neste
ano contrasta com o péssimo retorno no ano passado, por conta do movimento de
redução da taxa básica de juro. O desempenho em 2013 foi tão ruim que, pela
primeira vez desde que começou a ser calculado, o IMA teve variação negativa em
um período de janeiro a dezembro, quando mesmo os investidores que alocaram
somente em papéis do governo amargaram prejuízos.
Talvez o “pior” exemplo tenha sido as
NTN-Bs, corrigidas pelo IPCA, pois mesmo com alta da inflação, os títulos com
vencimento em 2035 com distribuição de rendimentos semestrais tiveram variação
negativa de -19% de janeiro a dezembro de 2013 e os títulos de mesmo prazo, mas
com pagamento de principal e juros apenas no resgate, negociados exclusivamente
no Tesouro Direto, tiveram perdas ainda maiores: -32% no período.
Uma das consequências mais visíveis da
queda de preço dos papéis foi a queda do retorno dos fundos de previdência. O
que ocasionou a diminuição do fluxo de recursos para a modalidade. Mas observe
que esta “queda” foi apenas para quem realizou venda de cota neste prazo
(2013), ou seja, efetuou resgates. Quem manteve posição, está recuperando as
perdas neste semestre e melhor ainda, quem aproveitou o momento e aportou
recursos (face a precificação menor das cotas) está ganhando (em previdência)
este ano, comparado a outros ativos de risco semelhante.
A rentabilidade, como de costume, está
influenciando o fluxo de aplicações e resgates das diferentes modalidades. Os
fundos de previdência voltaram a captar de forma mais significativa e a
poupança registrou o primeiro mês com resgates desde 2012, ou seja, começa a
ocorrer migração de capital de valores alocados em Poupança para Fundos de
Previdência, face a expectativa de melhor rentabilidade, aumentando
significativamente o Patrimônio Líquido deste perfil de fundo.
A justificativa econômica é o fraco ritmo
de expansão dos negócios. A inflação, apesar de continuar em nível elevado, não
parece mostrar tendência de alta, o comércio começa a “chiar”, as principais
linhas de produção idem com o crédito – fomentador do consumo – mostrando
desaceleração no último mês.
Mantida a interrupção de alta da Selic (até
mesmo porque já se enxerga um gargalo na ponta final: o consumidor e tomador de
crédito), a taxas dos títulos públicos irão recuar, sendo propício para
aplicações em Renda Fixa, sendo o melhor “produto” os Fundos de Previdência,
por conta da vantagem tributária, além de outras especifidades, como o
planejamento sucessório.
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