terça-feira, 25 de julho de 2017

Dívida Pública Federal sobe 3,22% em junho, para R$ 3,357 trilhões

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Dívida Pública Federal sobe 3,22% em junho, 
para R$ 3,357 trilhões 

Por Cristiane Bonfanti e Lucas Marchesini | Valor BRASÍLIA - (Atualizada às 11h07) 

A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 3,22% em termos nominais na passagem de maio para junho, somando R$ 3,357 trilhões. Pelas metas estabelecidas no Plano Anual de Financiamento (PAF), a DPF  (...)

http://www.valor.com.br/financas/5050444/divida-publica-federal-sobe-322-em-junho-para-r-3357-trilhoes 

A notícia traz algo muito preocupante: seja a redução da duration maturity dos nossos títulos,  a redução da posição do investidor internacional ou o aumento explícito da dívida. No caso, são as três coisas de forma concomitante, agravadas por uma situação recessiva, com deflação cantada aos quatro ventos, ou seja,  mesmo com eventual redução da Selic, dada a taxa implícita, não teríamos hoje um juro mais alto? Medido pela tendência do investidor a abandonar o risco, assim como somente se permitir a assumir riscos de prazos menores?

sábado, 8 de julho de 2017

Será o fim da Operação Lava a Jato?

A lição que vem do fim da Lava Jato

DO FACEBOOK DE JEAN WYLLYS

E a Lava a Jato acabou… Mudanças no Ministério da Justiça, pressões diretas sobre o diretor-geral da Polícia Federal e o desmonte das verbas para a instituição são as peças-chave que levaram ao fim a força-tarefa dedicada às investigações da corrupção no sistema político, mas que, desde o início, sempre agiu de maneira seletiva e a partir dos preconceitos e convicções ideológicas de seus próprios agentes.

Não que exista alguma surpresa nisso, já que, em áudio vazado, o senador Romero Jucá (PMDB) deu o roteiro completo do que seria o “grande acordo nacional” para parar a operação (“estancar a sangria”) e que, para tanto, exigia a derrubada de Dilma. Nem mesmo com o vazamento desse áudio obtido via grampo os planos mudaram, porque os corruptos que os orquestraram sabiam que as panelas e os adoradores do pato amarelo que foram às ruas vestidos com a camisa da CBF não estavam nem estão indignados com corrupção coisa nenhuma; essas pessoas usaram o “combate à corrupção” como desculpa para seu ódio de classe e seus preconceitos contra o PT, muito bem manipulados pelos golpistas, incluindo aí o PMDB, o PSDB, o DEM, o PPS, a FIESP, o mercado financeiro, os sindicatos patronais, a OAB e a grande mídia, notadamente a Rede Globo.

Aécio, Jucá, Loures e as esposas de Cabral e Cunha estão livres. Mandatos parlamentares estão preservados, mesmo que, para tal, Loures tenha que usar uma tornozeleira eletrônica. Alexandre de Moraes agora é parte da corte suprema e se soma a Gilmar Mendes na proteção à sua gente, os golpistas e plutocratas corruptos.

O preço a pagar pelo pato amarelo é alto: os promotores diretamente ligados à Lava a Jato sabiam de tudo isto, mas, ainda assim, apoiaram o golpe; pagaram para ver e agora foram golpeados pelos seus amigos e ídolos articuladores do golpe [pausa para uma gargalhada! ahahahahahahhahah! Só rindo, para não chorar!]. 

A galera da Lava a Jato agora fala que nem Dilma – que eles perseguiram tanto e injustamente – fez isso com a força-tarefa. Claro! Ela foi deposta justamente porque permitiu ao MP e à PF que investigassem a corrupção sistêmica irrestritamente e com boas verbas!

Será que aprenderam a lição?
 


sábado, 18 de março de 2017

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

domingo, 29 de novembro de 2015

Dívida Pública



“Todos os economistas respeitam as evidências empíricas porque sabem que elas são a única forma de dar utilidade a disciplina que cultivam” (Delfim Netto, 17/11/2015, Valor Econômico)

A restrição orçamentaria do Governo se dá porque em determinado período de tempo, este não só terá seus gastos para este período, como também já “carregará” seus déficits do período passado. Assim, o valor presente dos seus gastos, acrescido do valor presente de sua dívida inicial, deve ser menor ou igual ao valor presente das receitas dos impostos (renda líquida do governo).

O valor presente da dívida é dado em função da taxa de juro real do período, utilizada exponencialmente, que pela equivalência irá se configurar em uma operação de desconto; seria a representação de cada valor de juros a cada período, descontado ao longo do tempo, daí que matematicamente utilizamos integrais para representar a taxa ao longo do tempo.

Entretanto esta restrição não é definitiva, pois não impede o Governo de continuar acumulando déficits. Ao que a dívida aumenta com o tempo (déficit crescente), a restrição será atendida se a taxa de juro real aumentar mais que a dívida.

Desta forma, percebemos porque obter o SUPERAVIT PRIMÁRIO é tão importante, para que o Governo tanto contenha o aumento da dívida pública, como se possível reduzir este estoque da dívida.

A restrição orçamentária de não crescer o estoque da dívida se dará ao que o resultado do valor presente do SUPERAVIT PRIMÁRIO for maior ou igual ao déficit inicial.

A taxa de variação do estoque da dívida, iguala a diferença entre as despesas e receitas do Governo, acrescentadas a taxa de juros real que o Governo “paga” pela manutenção da dívida:

Ḋ(t) = [G(t) – T(t)] + r(t)D(t)

Destarte, a taxa de juro – a depender das expectativas dos agentes (leia-se confiança) – quanto maior a expectativa de elevação da dívida para determinado período futuro, levará o Governo a pagar juros mais altos, “exigidos” pelos agentes.

A utilização da taxa de juros como principal instrumento para a obtenção da meta de inflação e o fato de grande parte da dívida pública estar indexada a esta mesma taxa, faz com que haja uma perigosa reciprocidade entre a condução da política monetária e o gerenciamento da dívida pública.

Política monetária voltada para desinflação pode provocar um efeito negativo junto ao equilíbrio fiscal, caso não gerencie adequadamente o perfil da dívida pública.

O Brasil a partir de 2002 aumentou a participação de títulos pré-fixados e indexados ao índice de preços e assim, evitou uma maior deterioração da razão dívida/PIB:

As principais recomendações para o gerenciamento da dívida pública podem ser resumidas:

- Necessidade de alongamento do prazo da dívida;
- Aumento da parcela da dívida pré-fixada e indexada ao índice de preços;
- Redução da parcela da dívida em títulos com correção via Selic e Câmbio.

Calvo e Guidotti (1990) parecem ser de grande influência na formulação da estratégia brasileira para gerenciamento da dívida: tomam como restrição uma função de perda social em função da carga tributária e da inflação, avaliando o impacto e o grau de otimização da composição de nosso portfólio da dívida, seja em maturação ou em estrutura de correção.

Sargent e Miller (1981) apontam que um Governo sem credibilidade para neutralizar choques (seja uma “crise” ou um choque de oferta) e que já possuam uma elevada relação dívida/PIB, pode acabar por gerar uma taxa de juros real mais alta que a taxa de crescimento econômico.

As evidências empíricas revelam que a estratégia de alongar o prazo média da dívida pública não tem se mostrado eficiente -  no nosso caso – ao que está implicando em um aumento da taxa de juros, ou seja, incrementando a razão dívida/PIB, entretanto o aumento de participação de títulos indexados ao índice de preços e pré-fixados (ex: NTN-B), vem conseguindo reduzir esta mesma “pressão” de aumento sobre a razão dívida/PIB.