quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mensagem de Ano Novo

Sempre, ou melhor, desde que me entendo por gente, gosto de histórias em quadrinhos, cartuns e semelhantes. Tendo inclusive, uma vasta seleção, com antigos Fradins, Balão, Luis Gê, a imprensa nanica dos anos 80, Mosca, Roleta, Ovelha Negra, um velho Pasquim que publicou um desenho meu (eu tinha que contar!), Nicoliélo, livros como Antologia Brasileira de Humor I e II, com vários feras nacionais entre outras raridades. Vivo me prometendo que irei scanear (que palavra) alguma coisa e colocar na internet, mas aí vem o direito autoral e me assombra. Mas este aí abaixo, foi postado pelo Alan Sieber, em seu genial blog (22/12) e imediatamente virou minha mensagem de Feliz Ano Novo ! Todo mundo já deve saber, mas não custa repetir, quem não conseguir ler, clica no desenho que ele aumenta, ou então vai lá no blog do Alan...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Carta para minha Amiga Oculta

E assim se...

Normalmente não gostamos de lugares comuns, principalmente nós que (pensamos) que escrevemos, pois queremos algo novo, diferente, porém, em nosso dia a dia, os lugares comuns nos dão aconchego, o tal porto-seguro, como o abraço de um filho ou o chato ato de empunhar uma vassoura e varrer a sala.
Sonhamos com lugares e situações incomuns, queremos o por-do-sol de Bali ou Hawaii, uma dúzia de ninfas ou gregos apolíneos (conforme o gosto, of course) a saciar nossas fomes, quem dera ao som dos melhores vinhos e sabor das melhores músicas...
Mas nos falta coragem, quando nem tentamos, nunca ousamos, onde fazemos das palavras nossas tentativas, às vezes frutíferas outras áridas e por fim deitamos nossos cabelos de bom shampoo, nos travesseiros da boa conformidade.
Há uma música do Barão Vermelho, com a permissão da falha, de não saber o autor, mas que diz assim: "Saudações aos que tem coragem, aos que estão aqui, pra qualquer viagem...", pois este é meu presente de Natal, um "tiquinho" de coragem e se esta frutificar, me dê uma sementinha...
Ah! Não me entenda mal, não te chamo de covarde, mas sei (imagino) que em nossas vidas, coragem sempre faz falta.
A tira lá em cima, é uma da melhores que eu já vi ( li ), estava escondidinha no caderno de informática da Folha de São Paulo...
Feliz Natal.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Relembrando Bob Fields, O Grande Golpe de Nixon ou Uma Economia de Maiakóvski

Após 10 dias sem internet, por conta deste excelente serviço prestado pela Embratel, são vários emails para ler, vários blogs (de amigos-vide vale a pena) para sorver; Comecemos os trabalhos postando sobre um assunto que parece que irá demorar a acabar...

“O bem que o Estado pode fazer é limitado;
o mal, infinito.
O que ele nos pode dar
é sempre menos do que nos pode tirar.”
(Roberto Campos)

Os gritos já começaram:
- A crise é culpa de um sistema falido!
- O mercado não funciona!
Será? Vamos mais uma vez “ver” onde tudo começou...

A crise dos dias atuais começou nos anos 90, quando o governo yankee adotou através do Fed, políticas monetárias irresponsavelmente frouxas, onde chegou a ponto de manter por mais de um ano a taxa de juro nominal em 1%, o que, descontada a inflação, significa a imposição, por parte do próprio Estado, de uma taxa de juros negativa.
Após a adoção destas políticas, os gringos criaram duas empresas: A Fannie Mae e a Freddie Mac, entrando de sola no mercado de construção de imóveis e sua contrapartida financeira, o de hipotecas. Assim, o americano médio, “deitadão” no sofá, bebendo sua beer e fazendo seu churrasco no quintal, em vez de adquirir bens e serviços, que mantém acesso o fogo da economia, resolveu comprar sua casa, diante da enorme facilidade irresponsavelmente oferecida.
Estes bens e serviços passaram então a serem financiados, cada vez mais por diversas linhas de crédito (assim como as casas) e assim vai o trem...
Só que quando a estrada é por demais sinuosa e a velocidade muita, uma hora ele descarrila. Ou se preferirem outra analogia, uma hora a bolha estoura. Não é a velocidade que mata, mas sim a parada brusca.

Onde tudo começou? Não houve ausência de governo e sim um excesso deste!
O professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor, vai mais longe que os anos 90, do início do post, ele vai até 1971, quando em jogada de mestre, Richard Nixon conseguiu que o dólar deixasse de ser ancorado em ouro – Foi quando Bretton Woods começou a morrer – diz o professor Dowbor. Os americanos emitiram moeda a vontade e foram as compras no resto do mundo (obviamente isso não pode ser provado, nem nunca será), só não passaram a perna no francês De Gaulle, mas isso é outra história. Este excesso gringo foi referendado, na época, pelo resto do mundo, ou seja, outros governos. Além do francês, quem mais chiou?

De volta para o futuro, onde agora a fila anda: Primeiro ajuda aos bancos, depois as montadoras, quem serão os próximos?
Se houve boa intenção do Estado Americano (e o inferno está cheio de pessoas bem intencionadas, além de ser muito difícil, qualquer boa intenção yankee, quanto a economia alheia), ao reduzir artificialmente a taxa de juros (lembremos que juros não se baixam por decreto, mas sim obedecem à lei da oferta e procura de dinheiro), este bem inicial, com aquisição da sonhada casa própria, já custou à própria casa (tomada pelos bancos), custou o dinheiro já pago (tomado pelos juros) e já está custando o e-m-p-r-e-g-o das famílias, tomado pela crise.
Assim relembrei do autor de “Lanterna na Popa”, que obstante seu apoio a sinistra ditadura, era um tremendo economista, apesar de também ter defendido despudoradamente o livre mercado, em excesso, assim como quem defende irresponsavelmente as intervenções do Estado. O caminho do meio, do equilíbrio, não vale só no zen-budismo, vale também na zen-economia. Uma economia sem ideologias, mais próxima de uma poesia de Maiakóvski, se permitindo apenas precisão das fórmulas matemáticas.