segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vai Morar com o Diabo



Escutei ontem no rádio do carro, uma gravação que me chamou a atenção, procurei na rede e achei esta aí ao lado, no link, da música título do post, onde Riachão canta com Caetano (CD de 2001). No Youtube, pode-se achar outras versões, tanto a que escolhi, com desenho animado para ilustrar, versão da Cássia Eller, como uma mui bela, do Grande Riacho com Beth Carvalho. Interessante nessa, são as legendas em espanhol, mostrando como alguns gringos apreciam uma boa dose de cultura.
Apesar de reconhecido pela crítica e por grandes artistas da MPB, Riachão nunca conseguiu se inserir no mercado, afinal, quem não “vende” ou é vendido – está fora!
Os shows sempre raros e também poucos os registros. Em 1972, Caetano e Gil voltam do exílio em Londres. Em Salvador, pretendem escolher a música de um compositor baiano para marcar este retorno e a escolhida foi “Cada Macaco no seu Galho”, de Riachão, que acaba estourando nas rádios.
Nos anos de chumbo, Riachão teve um samba proibido pela censura. A música se chamava “Barriga Vazia” e a letra dizia: “Eu, de fome, vou morrer primeiro / você, de barriga, também vai morrer um dia”.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Rosa Luxemburgo



O cinema pode ser realmente a sétima arte. Porém por que filmes como o “pedacinho” acima não passam no Brasil? Escrevo pedacinho, porque estes poucos minutos valem por 1000 “Missões Impossíveis”. O discurso de Rosa tem mais ação do que o agente Ethan Hunt pulando de um prédio em chamas.
Durante muito tempo, o diretor alemão Rainer Werner Fassbinder planejou dirigir um filme sobre a vida de Rosa Luxemburgo. Em 1982, quando ele morreu, Margarethe von Trotta completou, com Die Geduld der Rosa Luxemburg sendo lançado em 1986. Passou por aqui? Está nas locadoras? Ou como gosto de escrever: A quem interessa tanta alienação? Como irá ver abaixo, talvez a "rede" ainda nos salve...
Tomei conhecimento do trabalho de Rosa, somente por citação en passant da mesma na faculdade, como normalmente ocorre com autores que se aprofundam nas obras de Marx. Coube ao meu instinto curioso, procurar e achar o excelente “A Acumulação do Capital”, que defende a tese de que a necessidade de expansão permanente do capitalismo é a causa básica do imperialismo – a submissão econômica dos países de economia atrasada aos altamente industrializados. Rosa faz uma exposição histórica do problema de reprodução e acumulação do capital, tentando inclusive resolver algumas das colocações que não foram aprofundadas por Marx (questões do Livro II de O Capital – parece que aquilo que foi publicado após sua morte ficou um tanto incompleto, sem o parecer ou conclusão final do próprio Marx).
Mas o que (também) admiro nesta mulher, é sua crítica ao dogmatismo, particularmente nos primórdios da Revolução Russa, quando disse, referindo-se à ditadura estabelecida pelos bolcheviques (apesar do seu apoio a mesma), em 1917: “Liberdade apenas para os que apóiam o governo, apenas para os membros do partido, não importando quantos sejam, não é absolutamente liberdade. Liberdade é sempre a exclusivamente a liberdade de quem diverge do nosso modo de pensar”.
Rosa Luxemburgo defendeu a liberdade entre 1870 e 1919, quando foi fuzilada por oficiais monarquistas alemães.
Voltando ao filme, dá para "baixar" o mesmo, clique no link e faça o passo à passo:
http://www.filesonic.com/file/1576286164/rosaluxemburgo.avi

domingo, 1 de janeiro de 2012

2012 - Ruídos ou Sinais

Foto: Globo ONLINE, praia de Copacabana, primeiros minutos de 2012
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Dentre as várias artes, aprendidas pelos economistas, uma de muita importância é a diferenciação entre ruídos e sinais, ou seja, entre o há de importante nas notícias e pode virar fogo e o que normalmente não passa de fumaça, até mesmo proposital.

As notícias continuam: A Itália realizou pregão de títulos, pelo curtíssimo prazo de vencimento de 06 meses, ou seja, apenas para apagar o incêndio da sua enorme dívida interna, plantada pelo Sr. Berlusconni; o dólar caiu ontem, mas fechou o mês com expressivo índice de 3,32% de alta, ou seja, bom para quem exporta e ruim para quem importa, já que a moeda nacional está mais fraca perante o mesmo do que há um mês atrás – no ano houve uma alta acumulada de 12,32% o que comparado com o rendimento acumulado da poupança no mesmo período (7,50%), dá um passeio de saltar os olhos; O governo espanhol anunciou déficit de 8% e que seguirá a cartilha ortodoxa (leia-se neoliberal) de ajustes, ou seja, desemprego colhido via pacote de austeridade; Nos EUA, a venda de imóveis voltou a crescer (7%) e a fábrica de veículos Ford cresceu 15% tendo como referência 2007, ou seja, está crescendo pós-crise o mercado interno americano, enquanto o europeu (pelo menos Grécia, Espanha, Irlanda e Portugal) derretem; A China sinalizou que vai flexibilizar sua moeda – Yuan – flexibilizar neste caso é não se manter tão desvalorizado perante o dólar, assim, ganham importadores em lugar dos exportadores; O Indicador Serasa de Inadimplência aumentou 9,8%, em novembro na comparação com outubro, registrando a segunda maior elevação do ano. A taxa mais alta foi registrada na passagem de fevereiro para março quando o indicador marcou 10,8%. Comparada a novembro do ano passado, a inadimplência cresceu 32,5% e, no acumulado do ano, 18,6%.

O ano novo, inexorável chegou, se será bom ou ruim, não sei, pois ainda estou tentando decifrar, se são ruídos ou sinais.