sábado, 25 de janeiro de 2014

Investimentos e Mercado (Algo (novo) sobre a China e Dólares)



Quinta-feira passada presenciamos uma corrida contra o peso argentino, com disparada de quase 13% do dólar ante a moeda de nossos vizinhos. Fontes colocaram que o Banco Central “hermano” não possuía mais reservas (suficientes) para preservar a cotação do peso e assim deixou o câmbio (neste dia) inteiramente ao sabor do mercado, indo ao menor nível em sete anos. Nosso Bacen local, alega constantemente possuir reservas para segurar igual vento contra. Até quando? O aumento da Selic talvez já reflita nossa necessidade de atrair recursos internacionais.
Não bastasse a iminente escassez de dólares nos mercados por conta do processo de retirada dos estímulos nos EUA (que praticamente não começou), agora temos um novo risco de contágio.
Desdobramentos mundiais são óbvios neste nosso mundo globalizado. Sempre que há uma crise em alguma parte de mundo, haverá efeito em outra(s). Não foi assim com o México em 94 e recentemente com ameaças vindo da Europa (principalmente Grécia, Irlanda e Espanha)? E desequilíbrio na balança comercial na Argentina poderá ter efeito imediato de uma fuga de mercados emergentes rumo aos desenvolvidos, com essa vizinhança no caso, não sendo muito sadia, pois sabemos o quanto a Argentina pode ser associada ao Brasil. 
Segundo dados do próprio Bacen, nosso nível de intervenção no mercado de câmbio está superando o ano de 2008, no auge da crise. Então imagine em que nível estaria o dólar sem estas intervenções ou caso elas sejam reduzidas?
A correlação entre dólar e Bolsa brasileira é inversa e de longa data: um sobe outro desce. No ano passado enquanto a primeira caiu 15% o outro subiu igual percentual (na sexta, o IBOVESPA fechou em negativos –1,10% com 47.787 pontos, bem longe dos quase 80.000 pontos antes da crise de 2008.
Vamos fechar nosso cenário falando de outra peça importante do quebra cabeças: China. Foi feito um levantamento (IHS Global Insight), que detectou que a China possui cerca de US$ 1,3 trilhão em empréstimos de “Shadow Banks” – na prática esta denominação se dá aos intermediários financeiros que buscam facilitar a concessão de crédito, não estando estes sujeitos a “muita regulação”. Pois este valor segundo o JP Morgan estima, seria quase 70% do PIB chinês em 2012. Pois fontes internacionais dão conta que alguns destes empréstimos contraídos em 2012, começam a mostrar sinais de inadimplência no ano corrente. Qual percentual? Não temos informações claras, pois são dados que vem da China, onde apesar da abertura econômica, ainda permanece por demais obscura em alguns setores, mas que crédito frouxo concedido, sempre nos leva a lembrar de “subprime”? Ou não?
Em meu último post, sobre alocações, recomendava (para longo prazo) VGBL, atrelado em Renda Fixa (títulos pós fixados que acompanham a variação da Selic e pela ausência de come-cotas - a vantagem tributária que capitaliza semestralmente o IR não recolhido) e lembrava dos “fundos cambiais” (para os mais afeitos ao “risco”). O dólar fechava em 2,35 há um mês atrás em dezembro de 2013 e na sexta, “bateu” em 2,43 (+3% am). No último trimestre, “andou” de 2,19 para os 2,43 atuais (+11% at).
Para os que prezam liquidez e baixo risco (apesar de menor rentabilidade se comparado a um bom fundo VGBL), continua valendo LCA ou fundos atrelados a Taxa DI.
Ou seja, apesar de não gostar, o cenário é o mesmo, só que um pouco pior, pelas notícias (especulativas) recentes da China e pelo último baque sofrido pela Argentina.
Ao dispor para maiores esclarecimentos,