terça-feira, 28 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal

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"Crom, eu nunca rezei antes. Eu não tenho jeito. Ninguém, nem mesmo você, vai se lembrar se éramos bons ou maus. Porque lutamos ou porque morremos. Tudo que importa é que éramos dois contra muitos. Peço a você Crom... me conceda um pedido, me conceda a REVANCHE! E se você não escutar, então vá pro inferno!"
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Conan, The Barbarian

sábado, 6 de novembro de 2010

Igualdade Social


No (jornal) O Globo - de hoje, Cristovam Buarque, Senador do PDT, nos dá a exata dimensão do verdadeiro paradigma, quando se trata de igualdade social. A mesma, não se dá no fim, mas no início: "...Quando os filhos dos patrões e dos políticos estudarem nas mesmas escolas dos filhos dos mais humildes trabalhadores..."

* clica ca imagem que ela amplia...


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Por que eu voto em Dilma Rousseff?

Tanto Serra como Dilma, se dizem economistas. De Serra já li alguma coisa, da Sra. Dilma nunca me chegou nada. Porém o que li de Serra, tinha idéias desenvolvimentistas, contrário ao que aconteceu, na prática, com sua conivência no governo FHC. Desta forma se um não me transmite “conhecimento”, outro não me transmite confiança;

Não tenho simpatia pessoal por nenhum deles. Diria que candidatos de apelo popular, como Wagner Montes no Rio e Tiririca em São Paulo, são muito mais simpáticos, por conta de seu apelo à determinada verdade nacional;

Não tenho religião, assim, como no íntimo, acredito que os candidatos também não sigam, nem professem nenhuma, trazendo sua filosofia dos dias de esquerda. Neste ponto, até o Alckmim era mais verdadeiro, pois tenho amigos (sim confesso) na Opus Dei e ele, de fato é um verdadeiro papa-hóstia. Destarte, os dois me soam extremamente falsos, com seu atual discurso, sobre aborto, gays, etc...

Economicamente, o PSDB “plantou” o que o PT “colheu”, mas para colher também tem que ter arte e saber fazer a lição de casa. Assim, tanto um, como o outro, fizeram coisas boas e ruins;

Os dois igualmente decepcionaram, de uma forma ou de outra - foram coniventes com a corrupção e fizeram alianças espúrias, em nome da “governabilidade”;

O Brasil de FHC tinha graves problemas de educação, saúde e segurança públicas, estes problemas continuaram com Lula e os dois tiveram 8 anos cada para resolver;

Só que um deles, o PSDB, fez aumentar a desigualdade social durante o seu governo;

e o outro, o PT, tirou 30 milhões de pessoas da miséria.

Para mim, este é o argumento definitivo.


Este "post" foi adaptado de uma original postagem (que palavra) do blog ZÉ PEREIRA

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A vida é melhor para os brasileiros do que era há oito anos (The Economist - 30/09)



The handover

"Life is better for Brazilians than it was eight years ago..." *


Está nas bancas (ou na internet), a revista The Economist, com vasta matéria sobre Lula e a sucessão. Segue mediana tradução de parte da matéria. Os gringos, que de bobos não tem nada, sabem quando a política econômica é boa...
A revista, isentamente, fala que Lula pegou o carro andando, de FHC, porém, o carro estava a 20 Km/H, quando na direção, Lula acelerou e chegou aos 100 Km, com todas as coisas boas que o crescimento e desenvolvimento trazem (e eu não me canso de "postar").
A revista mostra o quão longe o país chegou, nas hábeis mãos de Lula, mas sem esconder defeitos (deficit orçamentário, juros altos, problemas na educação, etc.).
Em suma, de forma independente, aponta defeitos, mas mostra que estamos no caminho certo.

"...O Brasil e sua posição no mundo foram transformados durante a presidência de Lula, sobretudo para melhor (ver artigo). A pobreza tem caído e o crescimento econômico se acelerou. O Brasil está desfrutando de um círculo virtuoso: a alta demanda da Ásia para as exportações de suas fazendas e minas é equilibrado por um mercado em expansão nacional, como, em parte graças a uma melhor política social, alguns consumidores (...) saíram da pobreza. Não admira que as empresas estrangeiras estão se acumulando dentro, enquanto um crescente grupo de multinacionais brasileiras está em expansão no exterior.

Graças ao seu encanto (...) Lula tem sido um vendedor extraordinário para promover esta transformação. Ele encarna a mais justa e mais inclusiva democracia, que ele ajudou a criar..."

*
A vida é melhor para os brasileiros do que era há oito anos...

http://www.economist.com/node/17147828?story_id=17147828

http://www.economist.com/node/17147658?story_id=17147658

http://www.economist.com/node/17173762?story_id=17173762

sábado, 9 de outubro de 2010

Por que Lula é Melhor (a prova irrefutável dos números) - parte 2

Pesquei no blog do Prof. Toni (vide abaixo) e linkei para o blog ILUSTREBOB e utilizando a síntese do próprio: "Infográfico ilustrado comparativo entre o governo Lula e o governo FHC. Clique na imagem para ver maior e divulgue como puder (...) foco naquilo que verdadeiramente tem mudado nosso país para melhor..."


3. Veja o panfleto num tamanho maior!
4. Via @IlustreBOB

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para que(m) serve o Economista? (ou por que existe desemprego?)

Allan Sieber
em: http://talktohimselfshow.zip.net/


Nada será dito sobre “economistas de plantão”, estes dos jornais e TV’s, com suas previsíveis conclusões, profetas do rodriguiano “óbvio ululante”.

Afinal, tirando meia dúzia de magos, quem previu a crise de 2008? Estes caras, cuja opinião não interessa ao mainstrean, são trancafiados em institutos de pesquisa econômica ao custo de seu peso em ouro.

Voltando. Quero falar do sentido real, do santo graal da economia, ou seja, o estudo de como aproveitar ao máximo os fatores de produção: capital e trabalho, em prol da sociedade.

Só existirá algum país plenamente desenvolvido (com todas as nuances da palavra), quando este mesmo país alcançar o chamado pleno emprego, vis-à-vis toda a mão-de-obra disposta a vender sua força de trabalho, recebendo remuneração justa por ele e gerando o maravilhoso ciclo virtuoso.

Mas como? Esta é uma das funções/razões de ser do economista.

Por que existe desemprego? Por uma questão de lógica, irei responder a esta pergunta ao responder outra: Por que não existe emprego para todos?

O empresário individual, não tem interesse no pleno emprego, já que a existência do chamado “exército residual de mão-de-obra” é que (em muito) possibilita na relação oferta x demanda de trabalho, um maior poder dos demandantes em relação aos ofertantes, destarte, favorecendo a “mais-valia”.

Quanto a esta (mais-valia), só será realizada (a transformação de trabalho em dinheiro) também pelo empresário produtor, caso sua taxa exceda a taxa de desconto (ou trabalhe com recursos próprios - caso raro), senão, a mesma será transferida (apropriada) pelos capitalistas “puros” (agentes superavitários ganham juros; idem bancos via spread).

Quanto ao argumento de que vale à pena um aumento ou redução de salários para fomentar o emprego, recorro a Joan Robinson (como diria Caetano: ”certeira e infalível como Bruce Lee...”), no livro “Introduction to the theory of employment”, que trata do tema em seu capítulo 6:

“Se os empresários concordam em pagar maiores ordenados a seus empregados, haverá um incremento da procura monetária de mercadorias (...)mas o acréscimo (...)simplesmente equilibra o aumento no custo da produção, devido à alta de salários. Uma despesa maior em moeda é agora necessária para comprar os mesmo bens (...)O argumento recíproco é também contradiço (...)se os salários se reduzirem, os custos cairão (...) empreendedores acharão lucrativo produzir maior quantidade de bens. Mas a renda monetária cai tanto quanto os custos e a procura monetária caem correspondentemente.”(1969, p.57, 58).

Ou seja, ao aumentar o salário, aumentam-se idem os custos e pior, geram e manipulam expectativas e ao reduzi-los, o empresário num primeiro momento aumenta os lucros, mas ao reduzir a receita dos outros empresários, que também cortarão salários, a situação em cascata será terrível para todos.

Quem tem o “fiel” da balança? Quem é agente responsável pela indução e equilíbrio?

A distribuição de renda, entre os indivíduos da comunidade, é que exerce em última instância, as respostas que buscamos. Quanto mais desigual for a distribuição da renda, maior será a poupança desta comunidade e quanto maior a poupança, menor o consumo, por conseguinte, menor o emprego.

Tomemos duas pessoas: uma ganha R$ 510,00 e a outra R$ 15.000,00. A que ganha R$ 510,00 consome toda sua renda, não conseguindo nada poupar e a que ganha R$ 15.000,00, poupa R$ 1.500,00 e consome o resto. Esta comunidade de 2 pessoas tem uma renda total de R$ 15.510,00. Se transferirmos R$ 100,00 da pessoa que ganha R$ 15.000,00, seu consumo (padrão de vida) não irá se alterar, alterando somente sua poupança. Mas se são dados R$ 100,00 ao homem que ganha R$ 510,00, o seu padrão de vida (consumo) certamente aumentará proporcional a renda extra. Desta forma, a transferência aumentará o consumo total, equivalente a renda transferida.

O aumento de consumo faz a roda do ciclo virtuoso começar a girar: mais consumo, maior demanda mais trabalho e segue a vida econômica...


domingo, 3 de outubro de 2010

Anda de quatro e serás tratado como uma besta. Rasteja e serás esmagado feito um verme.

A frase título, foi pescada no (guerrilheiro) blog do Jean Scharlau, e ao assistir (hoje) ao vídeo abaixo, foi sincronia na hora! O vídeo é parte do discurso do presidente Lula no comício em Campo Grande/MS no dia 23/08/2010:

"...ignorância de algumas pessoas que
achavam que só tinha valor aquilo que vinha de fora (...)
e se comportavam como se fossem
cidadãos de 2ª classe ou verdadeiros "vira latas"
que não se respeitavam e que
não tinham auto-estima por si mesmos..."


sábado, 25 de setembro de 2010

Por que Lula é Melhor (a prova irrefutável dos números)


Sou economista, vivo de números. O site do FMI apresenta de forma irrefutável, o quanto o governo Lula foi melhor que o governo FHC:

1 – MÉDIAS BALANÇA COMERCIAL (bilhões de US$)
- FHC (PSDB) (1995/2002): -2,442
- Lula (PT) (2003/2005): +34,420 (recorde)

2 – SUPERÁVIT COMERCIAL (bilhões de US$)
- FHC (1995/2002): -8,7 (déficit)
- Lula (2003/2005): +103,0 (superávit)

3 – RISCO-PAÍS PTS
- FHC (Jan/2002): 1.445
- Lula (Jan/2006): 290 (recorde)

4 – JUROS
- FHC (Jan/2002): 25,00%
- Lula (Jan/2006): 18,00%

5 – INFLAÇÃO
- FHC(2002): 12,5%
- Lula(2005): 5,7%

6 – DÓLAR R$
- FHC (Jan/02): 3,53
- Lula (Jan/06): 2,30

7 – RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) (trilhões de US$)
- FHC (2002): 1,340 -> 10º
- Lula (2004): 1,492 -> 09º

8 – BOVESPA PTS
- FHC (Jan/02): 11.268
- Lula (Jan/06): 35.223 (recorde)

9 – DÍVIDA EXTERNA (bilhões de US$)
- FHC (2002): 210
- Lula (2005): 165

10 – DÍVIDA COM O FMI E COM O CLUBE DE PARIS EM DOLÁR
- FHC (2002): O governo não informou o valor da dívida.
- Lula (2005): 0,00

11 – SALÁRIO MÍNIMO (US$)
- FHC (2002): 56,50
- Lula (2005): 128,20

12 – DESEMPREGO
- FHC (2002): 12,2%
- Lula (2005): 9,6%

13 – TAXA ABAIXO DA LINHA DE PROBREZA
- FHC (2002): O governo não controlava este índice
- Lula (2004): 25,1%

Além destes, cuja fonte aos primeiros olhos não seria confiável, ledo engano, já que a banca internacional, no fim, somente quer receber sua parte, temos outros:

Transações correntes (em dólares):

Lula: 30,1 bilhões
FHC: – 186,2 bilhões

Investimento em desenvolvimento (em reais):

Lula: 47,1 bilhões
FHC: 38,2 bilhões

Empréstimo para habitação (em reais):
Lula: 4,5 bilhões
FHC: 1,7 bilhões

PIB:
Lula: 2,6% ao ano (até 2005)
FHC: 2,3% ao ano

Crescimento industrial:
Lula: 3,77%
* O lucro líquido das grandes empresas com ações em Bolsa quase triplicou nos três anos e meio de governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao período da segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002. Folha de S. Paulo (20/08/2006)
FHC: 1,94%

Produção de bens duráveis:
Lula: 11,8%
FHC: 2,4%

Aumento na produção de veículos:
Lula: 2,4%
FHC: 1,8%

Crédito para a agricultura familiar:
Lula: 6,1%
FHC: 2,4%

Poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica:
Lula: 2,2 cestas básicas
FHC: 1,3 cesta básica

Aumento do custo da cesta básica:
Lula: 15,6%
FHC: 81,6%

Índice de Desigualdade social:
Lula: 0,559
FHC: 0,573

Participação dos mais pobres na renda:
Lula: 15,2%
FHC: 14,4%

Número de miseráveis:
Lula: 25,08%
FHC: 26,23%

Transferência de renda (em reais):
Lula: 7,1 bilhões
FHC: 2,3 bilhões

Média por família:
Lula: 70 reais
FHC: 25 reais

Atendidos pelo programa Saúde da Família:
Lula: 43,4%
FHC: 30,4%

Atendidos pelo programa Brasil Sorridente (atendimento odontológico):
Lula: 33,7%
FHC: 17,5%
* 15 milhões de brasileiros foram pela primeira vez ao dentista.

Mortalidade infantil indígena (por 1000 habitantes):
Lula: 21,6
FHC: 55,7

Número de turistas que vêm ao Brasil:
Lula: 4,6 milhões
FHC: 3,8 milhões

Pró-jovem – estudo subsidiado
Lula: 93 mil (18 a 24 anos)
FHC: …
* 100 reais por mês de subsídio a cada estudante

Bolsa Família
Lula: 11,1 milhões de famílias
FHC: …
* Educação e subsídio alimentar

Incremento no acesso a água no semi-árido nordestino
Lula: 762 mil pessoas e 152 mil cisternas
FHC: zero

Distribuição de leite no semi-árido (sistema pequeno produtor)
Lula: 3,3 milhões de brasileiros
FHC: zero

Áreas ambientais preservadas
Lula: incremento de 19,6 milhões de hectares (2003 a 2006)
Do ano de 1500 até 2002: 40 milhões de hectares

Apoio à agricultura familiar
Lula: 7,5 bilhões (safra 2005/2006)
FHC: 2,5 bilhões (último ano de governo)
* O governo Lula investirá 10 bilhões na safra 2006/2007

Compra de terras para Reforma Agrária
Lula: 2,7 bilhões (2003 a 2005)
FHC: 1,1 bilhão (1999 a 2002)

Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas:
Lula: 14,99 bilhões
FHC: 8,3 bilhões

Investimentos em alimentação escolar:
Lula: 1 bilhão
FHC: 848 milhões

Investimento anual em saúde básica:
Lula: 1,5 bilhão
FHC: 155 milhões

Equipes do Programa Saúde da Família:
Lula: 21.609
FHC: 16.698

População atendida pelo Prog. Saúde da Família:
Lula: 70 milhões
FHC: 55 milhões

Porcentagem da população atendida pelo Programa Saúde da Família:
Lula: 39,7%
FHC: 31,9%

Pacientes com HIV positivo atendidos pela rede pública de saúde:
Lula: 151 mil
FHC: 119 mil

Desemprego no país:

Lula: 9,6%
FHC: 12,2%

Dívida/PIB:
Lula: 51%
FHC: 57,5%

Eletrificação Rural
Lula: 3.000.000 de pessoas
FHC: 2.700 pessoas

Livros gratuitos para o Ensino Médio
Lula: 7 milhões
FHC: zero

Geração de Energia Elétrica
Lula: 1.567 empreendimentos em operação, gerando 95.744.495 kW de potência. Está prevista para os próximos anos uma adição de 26.967.987 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 65 empreendimentos atualmente em construção e mais 516 outorgadas.
FHC: APAGÃO

* Entre os anos de 2000 a 2005, as ações da Polícia Federal no combate ao crime cresceram 815%. Durante o governo do presidente Lula, a Polícia
Federal realizou 183 operações e 2.961 prisões? Uma média de 987 presos por ano. Já nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram realizadas apenas 20 operações, com a prisão de 54 pessoas, ou seja, uma média de 27 capturas por ano.

Fontes: IBGE, IBGE/Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar – desde 1994); ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; Ministérios Federais e Agências Reg.; SUS; CES/FGV; jornais FSP, O Globo e O Estado;

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Fantástica Fábrica de Ganhar Dinheiro

Primeiro vamos revisar nosso conceito do que é um banco.
Os economistas clássicos e suas variações definiam banco como um intermediário entre os que detinham alguma reserva em dinheiro e alocavam esta reserva nos bancos no intuito de auferirem algum ganho (lucro), e o banco, emprestando este capital para terceiros, com uma taxa, obviamente maior do que remunerava, assim, o ganho do banco seria a diferença, entre o que ele remunera e o que cobra de juros, chamada pelos financistas de spread.
Keynes foi o primeiro a olhar com outros olhos esta falácia. Aos bancos eram muito mais do que isso, não sendo uma simplória dicotomia reservas/empréstimos. Ha um “milagre” da multiplicação, não dos peixes, mas sim do dinheiro em caixa, pois os bancos não emprestam somente o dinheiro que possuem em caixa, mas sim, faz uma promessa de que este papel-moeda estará disponível para o cliente quando ele achar necessário, o que nós sabemos e o banco mais ainda, raramente acontece.
Vou explicar: Para simplificar, vamos considerar apenas um banco (o raciocínio será válido para vários, pois haverá troca entre eles) e a inexistência de impostos, tarifas ou depósito compulsório, a serem recolhidos pelo Banco Central.
Para cada depósito de R$ 100, o banco estima (e nisso tem-se um trabalho exato de estatística no campo econômico cognominado de econometria) que o depositante irá necessitar de 10% de seu saldo, para operações com papel-moeda e podem, assim, desejar fazer retirada neste valor, onde para satisfazer esta possível demanda, o banco mantém em caixa os mesmos 10% dos valores dos depósitos que aceita, assim, mantendo R$ 10 em caixa, como reserva voluntária, restando aos bancos R$ 90 para fazerem empréstimos.
Ao ser efetuado o empréstimo de R$ 90, o tomador deste empréstimo terá os R$ 90 creditados em sua conta e a exemplo do primeiro depositante, o banco deixará R$ 9 em caixa, sobrando R$ 81 disponíveis para novo empréstimo e assim sucessivamente. Note que o ciclo se repete, pois ninguém toma dinheiro emprestado e o mantém embaixo do colchão, tendo como destino, sempre o banco, desta forma, gerando o que Keynes chamou de multiplicador bancário. Mas aí os bancos terão um perigo: E se todos resolverem sacar seu dinheiro ao mesmo tempo? Numa situação atípica, fugindo dos modelos econométricos anteriormente planejados? No exemplo, de um depósito inicial de R$ 100, o banco deve estes R$ 100 depositados (mais os juros da remuneração) e mais os R$ 90 já emprestados ao segundo, assim, o banco teria que dispor de R$ 190 para os seus 2 clientes, mas como se só dispõe “fisicamente” de R$ 100?
A capacidade de multiplicar depósitos faz do banco a instituição mais importante do universo capitalista, pois foi à oferta de crédito, que efetivamente fez deslanchar nosso mundinho burguês (mea culpa), pois alforriou, como já dito por Schumpeter, o empreendedor da necessidade de nascer rico. Por esta importância, não podemos deixar o sistema falhar (bem, aí depende de suas convicções ideológicas), assim os governos tem tido tanta preocupação e vem injetando trilhões nos bancos de todo o mundo sempre que uma crise bate às portas.
Ganho para a sociedade, mas, sobretudo, um irrefutável ganho para o banqueiro. O pecado é quando o banqueiro quer ganhar de forma irresponsável, ou seja, emprestando m-u-i-t-o mais da sua capacidade. Felizmente no decorrer dos anos, buscaram-se formas de tentar coibir isso, vide nossas reuniões em Basiléia, à base de muito chocolate quente...

Charge: Angeli
http://www2.uol.com.br/angeli/chargeangeli/i/chargeangeli313.gif

domingo, 1 de agosto de 2010

Aceita um cafézinho?


“Um país que é exportador de cana, do seu produto derivado ou de petróleo não vai a lugar nenhum (...) um país que tem só uma pauta de commodities é um país subdesenvolvido...”
(Maria da Conceição Tavares
)
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Numa ótica marxista, dá-se a exploração por conta do capitalista ser dono do capital e dos meios de produção, porém, num olhar liberal, esta dita exploração seria na realidade um prêmio pelo risco, dado haver a possibilidade do empresário falir.

Obviamente o tema é extenso e deveras explorado e não é o objeto fundamental do estudo deste trabalho, nem sendo tanto competente para tal, mas serve como bom introdutório para apontar direções, nas quais ficava retido grande parte do ganho com o café, se via exploração ou prêmio de risco.

Vivemos no início da República e final do Império, freqüentes oscilações cambiais e é notório que qualquer movimento brusco no câmbio, irá favorecer a especulação nas operações com o mesmo, porém, estas operações eram exercidas quase exclusivamente pelos bancos ingleses, que limitavam suas atividades praticamente a este tipo de transação, conforme descrito por Nícia Vilela:

“A atitude dos bancos ingleses, aliás, limitando suas atividades quase que só às operações de câmbio, num país faminto de capitais e de crédito...”

O comerciante importador no Brasil, era em geral estrangeiro e como visto, ao remeter lucros para o exterior, contribuía para o desequilíbrio da balança de pagamentos e já na República, manifestava-se contrário a qualquer forma de empréstimo ou subsídio às indústrias nacionais, naturalmente por ir contra seus interesses.

O comércio exportador de café, a mesma feição, também sempre foi intermediado em sua maioria por estrangeiros, “...o exportador, geralmente agente de grandes empresas estrangeiras (...) comprimir ainda mais os preços do produto...” (DELFIM).

A situação se torna até mesmo contraditória (no mínimo), quando por conta do período de valorização, transfere-se para uma empresa inglesa a tarefa de agente comprador do governo. Segue texto de obra da época, de Isaultino Costa, com detalhe para a grafia original:

“Transferida para a Brazilian Warrant Company, a função de agente comprador do governo (...) empreza, também extrangeira (...) grande especuladora e uma grande commerciante (...) detentora que era e é de todas as acções da Caixa Registradora (...) soberana e absoluta dominadora do mercado (...) Compradora e vendedora de café em conta própria e por conta do governo...”

Ou seja, se o Brasil detinha o monopólio do cultivo, uma empresa estrangeira detinha o monopólio do comércio.

Assim, este plus, ganho adicional, ou qualquer outra denominação sobre lucro e suas variáveis, ficava na sua maior parte, sempre “fora” do Brasil, ancorados em capital internacional seja na mão de rentistas, especuladores de câmbio ou especuladores de estoques.

A economia sempre andará longe de qualquer consenso, enquanto enraizada em conotações ideológicas. Todos sabem que o valor futuro (FV) difere do valor presente (PV) em função do tempo (n) e da taxa de juros (i), mas enquanto não chegarmos ao átomo do que é, ou significa esta diferença, andaremos poucos passos.

Alcindo Guanabara, jornalista e senador da República, em sessão de 1895:

“Em 15 anos, só pelos portos do Rio de Janeiro e Santos exportamos café no valor de £ 333.000.000. Tão enorme soma fundiu-se e desapareceu, ninguém sabe onde pára. Somo pobres e não capitalizamos...”

Cento e quinze anos depois, trago a revista do IPEA: Desafios do desenvolvimento – edição especial, datada de janeiro de 2010:

“Precisamos elevar o grau de industrialização daquilo que exportamos, ou seja, agregar valor às exportações na área de insumos básicos, ferro, papel, celulose, grãos (...) ampliarmos a cadeia produtiva interna...” (Roberto Cavalcanti, p.9).

“...as commodities tem baixo valor adicionado por trabalhador, portanto geram pouco PIB por trabalhador. Além disso, as commodities tem um crescimento lento...” (João Paulo de Almeida Magalhães, p. 26).

“...não sou contra a exportação de primários, mas todos produtos primários que exportamos permitiriam agregação de valor: a soja poderia ser óleo de soja, a celulose ser papel (...) o Estado pode entrar nisso como indutor...” (Raphael de Almeida Magalhães, p.64).

“Um país que é exportador de cana, do seu produto derivado ou de petróleo não vai a lugar nenhum (...) um país que tem só uma pauta de commodities é um país subdesenvolvido...” (Maria da Conceição Tavares, p. 125)

“Este é um país que pode ter as duas coisas: pode ser um grande exportador de commodities e pode ter um protagonismo adequado na exportação de manufaturados. Estamos fazendo uma troca errada, de exportar couro em vez de exportar calçados, madeira em vez de móveis...” (Luiz Gonzaga Belluzo, p. 134).

Sei do quanto soou repetitivo, mas chamou-me a atenção, diferentes economistas, diferentes correntes, diferentes motivações ideológicas, mas semelhantes afirmações quanto as necessidade de transformações estruturais de nossas exportações, no fim, apenas agregar valor as mesmas, fortalecer nosso comércio internacional e finalmente nossa balança de pagamentos.

Mas hoje (recentemente) temos a seguinte situação, quando somos o maior produtor e exportador de café, em 2008 foram quase 46 milhões de sacas, o Brasil ainda está longe de alcançar a Itália e a Alemanha, maiores exportadores do mundo, quando se trata de café industrializado.

Sabemos que a Alemanha é a maior compradora do café verde (em grãos) brasileiro. Importa um dos melhores cafés do mundo, agrega valor ao produto, quando torram e moem os grãos para posterior venda do mesmo.

De acordo com Nathan Herszkowicz (2005), Diretor-executivo da ABIC e Presidente da Câmara Setorial de Café de São Paulo:

“O mundo processa e reexporta o café brasileiro numa quantidade cinco vezes menor da que o Brasil exporta na forma de commodities (grãos verdes) (...) embora com maior valor agregado...”

A exportação de cafés industrializados é relativamente nova: começou, oficialmente, em 2002, ou seja, menos de 8 anos, mas o Brasil vem caminhando para alcançar seus concorrentes internacionais, como Itália e Alemanha, maiores exportadores do mundo, quando as exportações de café torrado passam de 11.904 sacas de 60kg em 2000 para 132.070 em 2008.

As torrefadoras brasileiras mostram claramente que estão aprendendo a agregar valor ao produto e disputando mercado, ao venderem para países da Europa, Ásia, África, América do Norte etc. Esses cafés para exportação sendo totalmente processados, industrializados e embalados em território nacional, assim acabam gerando mais empregos e renda para os brasileiros, mesmo que o controle acionário de cerca de 30% em grau de participação (Quadro), seja de empresas estrangeiras, pois apesar da inexorável remessa de lucros, adiciona-se valor ao PIB.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

O dia em que o dinheiro caiu do céu...

“Pessoas do tempo, querendo exagerar a riqueza, dizem que o dinheiro brotava do chão, mas não é verdade. Quando muito caía do céu...”
$$
$$$Assim o Bruxo do Cosme Velho, contemporâneo dos fatos, descreveu o que narrarei a seguir...
$$$É dito comumente que a história é contada pelos vencedores, fato logicamente por conta que nos desenlaces sangrentos, sobravam poucos vencidos vivos, assim, como seria conhecida hoje a história da barbárie alemã, nos campos de concentração nazista, caso o 3º Reich tivesse se saído vencedor? Teríamos a mesma versão do Holocausto?
$$$O episódio do Encilhamento, em si, é emblemático, mas muito do que foi escrito, sobretudo pelos contemporâneos, foi provavelmente pelos que perderam no “jogo” especulativo, pois quando a bolha estoura, temos um universo amplo de perdedores, para uns pouquíssimos ganhadores, que conseguiram vender na alta.
$$$O livro de Taunay (O Encilhamento – Scenas Contemporâneas), o mais conhecido relato da época, retrata isso em várias partes:
$$$“...dividamos o encilhamento em duas partes (...) uma, dos magarefes ou esfoladores, bastante limitada, embora se compusesse de duas ou três dezenas; a segunda dos esfolados, essa enorme, incalculável, legião quase, de muitas miríades de brasileiros...”
$$$Fora os exageros e retórica típica de romance, ficam os partidários da ortodoxia neoclássica (para os que não são iniciados no assunto, os neoclássicos são aqueles que se julgam filhos favoritos de Adam Smith, sendo os Keynesianos uma espécie de ovelha negra, porém legítimos filhos, e os Marxistas, filhos adotados que não “dando em nada”, acabaram no crime) por conta da emissão desenfreada (segundo estes) a julgarem desta forma: “nociva”.
$$$“Bastante nocivas foram as conseqüências (...) o aumento extraordinário da emissão acarretou uma elevação dos preços (...) A especulação se fez sentir (...) favoreceu o jogo da Bolsa, pertubou a agricultura, originou falências e , por fim, provocou a quebra dos bancos...” (VIEIRA, 1962, p.191)
$$$Contrariamente os desenvolvimentistas discordam, ao considerarem que o crescimento e a modernização seriam mais importantes que uma “relativa” estabilidade monetária.
$$$“...O Encilhamento foi mais que outro South Sea Bubble¹ (...) registrou um progresso significativo neste período (...) A reforma monetária por si mesma (permitindo o crescimento mais rápido do estoque de moeda (...) O País fora restringido por políticas monetárias excessivamente austeras que impediram a mudança institucional tão essencial ao processo de desenvolvimento econômico” (PELAEZ e SUZIGAN, 1981, p.144)
$$$Porém, foi numa conferência de Celso Furtado, justamente sobre Ruy Barbosa, proeminente figura da recém República, pronunciada em 01/09/1999, na ABL, transcrita por Ney Carvalho (2004), que observamos o que de fato importa no episódio em questão, não a estória (com “e”) de uma aloucada especulação, mas sim a história (com “h”) de uma expansão monetária e de crédito.
$$$“Porque Taunay (...) fez um livro mostrando a especulação (...) aquele pânico (...) O que houve na verdade, foi uma expansão de crédito (...) O Encilhamento (livro) é a visão de Taunay...”
$$$Antes da República, no limiar do Império, existia forte pressão por uma expansão creditícia, por conta da recém abolida escravidão (maio de 1888). Mesmo que se suponha um sistema de compensação entre trabalhadores e fazendeiros, através da conta da “venda”, a necessidade de numerário para simples meio transacional, se torna naturalmente superior que sob o regime escravista.
$$$“A política monetária do governo imperial nos anos oitenta (...) mantivera o sistema econômico em regime de permanente escassez de meios de pagamentos.” (FURTADO, p.170)
$$$A abolição, não só obrigou os fazendeiros a reestruturarem a mão de obra, mas também a reestruturação do “caixa”, pois se a hipotecas eram garantidas por suas propriedades, não eram os escravos, isso? Propriedades a serem transacionadas?
$$$Assim, além da escassez do meio circulante citada, como meio de troca, havia uma escassez de crédito, com o Governo tendo que fornecer parte dos recursos.
$$$As exportações de café, que correspondiam à cerca de 65% de nossas exportações da época, comportavam-se positivamente desde 1886 (iria perdurar por 10 anos este superavit primário), permitindo sucessivos saldos comerciais, a despeito do também contínuo aumento das importações.
$$$Também havia um fluxo de divisas para o país, não só por conta deste excedente, mas em grande parte relacionado a criação de empresas e/ou compra de empresas nacionais por parte de não residentes, principalmente concessões para a exploração de serviços de utilidade pública. Nícia Vilela em seu trabalho original sobre a industrialização nacional afirma: “Durante o período de 1899-1910, para 160 sociedades anônimas estrangeiras autorizadas a funcionar no país, constituíram-se apenas 41 companhias brasileiras.”
Assim, com a crescente difusão do trabalho assalariado e a entrada de moeda estrangeira, a inelásticidade do meio circulante tornava-se mais aguda.
$$$Ainda em 1888, aprova-se a Lei Bancária que permitiu o estabelecimento de bancos de emissão. Para termos uma idéia do quanto aumentou o meio circulante, basta comparar os dados de Suzigan e Villela (1971), quando o saldo de papel-moeda em 1888 era de 205.000 contos e no dois anos seguintes foram emitidos cerca de 335.000 contos. O trabalho dos mesmos, aponta que o acréscimo de papel-moeda foi muito além das necessidades. Assim temos os resultados esperados: inflação e desvalorização cambial. Esta desvalorização no câmbio, naturalmente irá influenciar muito nossas exportações, principalmente nosso principal produto: café.
$$$Em julho de 1889, continuando a gestão financeira do Visconde de Ouro Preto, a última do Império, permitiu-se à emissão sem teto definido, desde que não ultrapassasse o triplo metálico do banco.
$$$Além disso, importante observar como “funcionava” a abertura de empresas no Brasil de então, quando durante quase todo o regime monárquico, para uma empresa ser constituída (sociedade anônima), dependia de prévia autorização governamental e em janeiro de 1889, respondendo aos sopros progressistas pós-abolição, isentavam-se as empresas com fins agrícolas ou industriais desta obrigatoriedade.
Assim temos em conjunto, crédito farto e liberdade empresarial, que para piorar o quadro, encontrou-se reprimida por longo tempo.
$$$“Cumpre pois que desde já nos preparemos com previdências e perseverança para que nossas instituições financeiras e bancárias possam satisfazer às necessidades do novo Brazil, do Brazil livre e próspero, do Brazil de amanhã...” (Jornal do Comércio, edição de 12/01/1887, apud CARVALHO, p. 113)
$$$As expectativas de eras de progresso são o melhor tempero em épocas especulativas, além do que, já havia então grandes esperanças de um novo modelo político, republicano, o “Brazil de amanhã”. O Encilhamento já estava em gestação no final do Império.
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[1] Boom financeiro na Bolsa de Londres em 1720, onde aplicadores nas ações da South Sea Co. foram (ou se deixaram?) iludidos pela expectativa de ganhos desta, em vistas do (possível) comércio com a América espanhola. Porém, este (comércio) dependia da anuência da metrópole ibérica, que não fora assegurada. Então formou-se uma bolha especulativa, que por fim estoura, tornando o episódio sinônimo de pura especulação, ou seja, sem fundamento econômico real.
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Ajuda Luxuosa:
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CARVALHO, Ney. O Encilhamento: anatomia de uma bolha brasileira, São Paulo: BOVESPA, 2004.
FURTADO Celso. Formação econômica do Brasil, São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1984.
LUZ, Nícia Vilela. A luta pela industrialização do Brasil, São Paulo: Alfa-Omega, 1975.
PELÁEZ, Carlos Manuel, SUZIGAN, Wilson. História Monetária do Brasil, Brasília: Editora Universitária de Brasília, 1981.
VILLELA, Annibal, SUZIGAN, Wilson, Política do governo e crescimento da economia brasileira 1889-1945, Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1975.
ASSIS, José Maria Machado de. Esaú e Jacó, Rio de Janeiro: Aguillar, 1962.
TAUNAY, Visconde de. O Encilhamento – Scenas Comtemporâneas. Rio de Janeiro
VIEIRA, Dorival Teixeira. Evolução do sistema monetário brasileiro. São Paulo: Boletim da Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP, nº 24, 1962.


terça-feira, 1 de junho de 2010

KALECKI: O homem que quase foi Keynes

Michal Kalecki foi um economista polonês, nascido em 1899, que apesar de nunca ter tido um diploma formal de graduação, ganhou o título de doutor “honoris causa” concedido pela Universidade de Varsóvia, somente em 1964, por conta do monstro que foi nas artes econômicas.

Contemporâneo de Keynes, com o qual compartilhava muitas idéias, inclusive chegando a estudarem juntos posteriormente em Cambridge, não teve nunca no mundo ocidental o reconhecimento deste, apesar de terem desenvolvido simultaneamente muitas das teorias que hoje devemos (somente) a Keynes, pois Kalecki escreveu suas obras entre 33 e 35, na Polônia (Keynes em 36), mas apenas em seu idioma natal, tendo a tradução das mesmas para o inglês muito tempo depois.

Não só por Kalecki sempre se encontrar um pouco mais a esquerda que o Lord, mais, sobretudo porque, além de um ser inglês e o outro polaco, Keynes tinha luz própria, era uma daquelas pessoas, que andam sempre com um séquito orbitando ao seu redor. Se fosse pugilista, seria Muhammad Ali, se fosse ator, seria Pacino, se fosse jogador, seria Pelé...

Kalecki após 10 anos na Inglaterra retorna a Polônia e é logo nomeado para cargo na ONU e vai para Nova York, talvez porque o governo polaco achar justamente o contrário, que suas idéias estavam à direita demais, assim era melhor mantê-lo longe.

Somente em 1955, de volta (novamente), integra um Conselho de Ministros, dedicando seu tempo ao estudo tanto das economias socialistas de então, como aos problemas das economias capitalistas, os ciclos econômicos e a distribuição de renda.

Nas nossas faculdades, de orientação neoclássica, que até mesmo torcem um pouco o nariz para Keynes, seria muito útil, se olhassem sem preconceito para as idéias desse polaco, um tanto marginalizado pelos filhos de Adam Smith...

(continua)