DEU NO JORNAL from yanko del pino on Vimeo.
Como percebem, estou dando um "tempo" nas leituras sobre economia...
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Como percebem, estou dando um "tempo" nas leituras sobre economia...
Tanto Serra como Dilma, se dizem economistas. De Serra já li alguma coisa, da Sra. Dilma nunca me chegou nada. Porém o que li de Serra, tinha idéias desenvolvimentistas, contrário ao que aconteceu, na prática, com sua conivência no governo FHC. Desta forma se um não me transmite “conhecimento”, outro não me transmite confiança;
Não tenho simpatia pessoal por nenhum deles. Diria que candidatos de apelo popular, como Wagner Montes no Rio e Tiririca em São Paulo, são muito mais simpáticos, por conta de seu apelo à determinada verdade nacional;
Não tenho religião, assim, como no íntimo, acredito que os candidatos também não sigam, nem professem nenhuma, trazendo sua filosofia dos dias de esquerda. Neste ponto, até o Alckmim era mais verdadeiro, pois tenho amigos (sim confesso) na Opus Dei e ele, de fato é um verdadeiro papa-hóstia. Destarte, os dois me soam extremamente falsos, com seu atual discurso, sobre aborto, gays, etc...
Economicamente, o PSDB “plantou” o que o PT “colheu”, mas para colher também tem que ter arte e saber fazer a lição de casa. Assim, tanto um, como o outro, fizeram coisas boas e ruins;
Os dois igualmente decepcionaram, de uma forma ou de outra - foram coniventes com a corrupção e fizeram alianças espúrias, em nome da “governabilidade”;
O Brasil de FHC tinha graves problemas de educação, saúde e segurança públicas, estes problemas continuaram com Lula e os dois tiveram 8 anos cada para resolver;
Só que um deles, o PSDB, fez aumentar a desigualdade social durante o seu governo;
e o outro, o PT, tirou 30 milhões de pessoas da miséria.
Para mim, este é o argumento definitivo.
Sep 30th 2010
Nada será dito sobre “economistas de plantão”, estes dos jornais e TV’s, com suas previsíveis conclusões, profetas do rodriguiano “óbvio ululante”.
Afinal, tirando meia dúzia de magos, quem previu a crise de 2008? Estes caras, cuja opinião não interessa ao mainstrean, são trancafiados em institutos de pesquisa econômica ao custo de seu peso em ouro.
Voltando. Quero falar do sentido real, do santo graal da economia, ou seja, o estudo de como aproveitar ao máximo os fatores de produção: capital e trabalho, em prol da sociedade.
Só existirá algum país plenamente desenvolvido (com todas as nuances da palavra), quando este mesmo país alcançar o chamado pleno emprego, vis-à-vis toda a mão-de-obra disposta a vender sua força de trabalho, recebendo remuneração justa por ele e gerando o maravilhoso ciclo virtuoso.
Mas como? Esta é uma das funções/razões de ser do economista.
Por que existe desemprego? Por uma questão de lógica, irei responder a esta pergunta ao responder outra: Por que não existe emprego para todos?
O empresário individual, não tem interesse no pleno emprego, já que a existência do chamado “exército residual de mão-de-obra” é que (em muito) possibilita na relação oferta x demanda de trabalho, um maior poder dos demandantes em relação aos ofertantes, destarte, favorecendo a “mais-valia”.
Quanto a esta (mais-valia), só será realizada (a transformação de trabalho em dinheiro) também pelo empresário produtor, caso sua taxa exceda a taxa de desconto (ou trabalhe com recursos próprios - caso raro), senão, a mesma será transferida (apropriada) pelos capitalistas “puros” (agentes superavitários ganham juros; idem bancos via spread).
Quanto ao argumento de que vale à pena um aumento ou redução de salários para fomentar o emprego, recorro a Joan Robinson (como diria Caetano: ”certeira e infalível como Bruce Lee...”), no livro “Introduction to the theory of employment”, que trata do tema em seu capítulo 6:
“Se os empresários concordam em pagar maiores ordenados a seus empregados, haverá um incremento da procura monetária de mercadorias (...)mas o acréscimo (...)simplesmente equilibra o aumento no custo da produção, devido à alta de salários. Uma despesa maior em moeda é agora necessária para comprar os mesmo bens (...)O argumento recíproco é também contradiço (...)se os salários se reduzirem, os custos cairão (...) empreendedores acharão lucrativo produzir maior quantidade de bens. Mas a renda monetária cai tanto quanto os custos e a procura monetária caem correspondentemente.”(1969, p.57, 58).
Ou seja, ao aumentar o salário, aumentam-se idem os custos e pior, geram e manipulam expectativas e ao reduzi-los, o empresário num primeiro momento aumenta os lucros, mas ao reduzir a receita dos outros empresários, que também cortarão salários, a situação em cascata será terrível para todos.
Quem tem o “fiel” da balança? Quem é agente responsável pela indução e equilíbrio?
A distribuição de renda, entre os indivíduos da comunidade, é que exerce em última instância, as respostas que buscamos. Quanto mais desigual for a distribuição da renda, maior será a poupança desta comunidade e quanto maior a poupança, menor o consumo, por conseguinte, menor o emprego.
Tomemos duas pessoas: uma ganha R$ 510,00 e a outra R$ 15.000,00. A que ganha R$ 510,00 consome toda sua renda, não conseguindo nada poupar e a que ganha R$ 15.000,00, poupa R$ 1.500,00 e consome o resto. Esta comunidade de 2 pessoas tem uma renda total de R$ 15.510,00. Se transferirmos R$ 100,00 da pessoa que ganha R$ 15.000,00, seu consumo (padrão de vida) não irá se alterar, alterando somente sua poupança. Mas se são dados R$ 100,00 ao homem que ganha R$ 510,00, o seu padrão de vida (consumo) certamente aumentará proporcional a renda extra. Desta forma, a transferência aumentará o consumo total, equivalente a renda transferida.
O aumento de consumo faz a roda do ciclo virtuoso começar a girar: mais consumo, maior demanda mais trabalho e segue a vida econômica...
1 – MÉDIAS BALANÇA COMERCIAL (bilhões de US$)
- FHC (PSDB) (1995/2002): -2,442
- Lula (PT) (2003/2005): +34,420 (recorde)
2 – SUPERÁVIT COMERCIAL (bilhões de US$)
- FHC (1995/2002): -8,7 (déficit)
- Lula (2003/2005): +103,0 (superávit)
3 – RISCO-PAÍS PTS
- FHC (Jan/2002): 1.445
- Lula (Jan/2006): 290 (recorde)
4 – JUROS
- FHC (Jan/2002): 25,00%
- Lula (Jan/2006): 18,00%
5 – INFLAÇÃO
- FHC(2002): 12,5%
- Lula(2005): 5,7%
6 – DÓLAR R$
- FHC (Jan/02): 3,53
- Lula (Jan/06): 2,30
7 – RANKING DO PIB MUNDIAL (PPP) (trilhões de US$)
- FHC (2002): 1,340 -> 10º
- Lula (2004): 1,492 -> 09º
8 – BOVESPA PTS
- FHC (Jan/02): 11.268
- Lula (Jan/06): 35.223 (recorde)
9 – DÍVIDA EXTERNA (bilhões de US$)
- FHC (2002): 210
- Lula (2005): 165
10 – DÍVIDA COM O FMI E COM O CLUBE DE PARIS EM DOLÁR
- FHC (2002): O governo não informou o valor da dívida.
- Lula (2005): 0,00
11 – SALÁRIO MÍNIMO (US$)
- FHC (2002): 56,50
- Lula (2005): 128,20
12 – DESEMPREGO
- FHC (2002): 12,2%
- Lula (2005): 9,6%
13 – TAXA ABAIXO DA LINHA DE PROBREZA
- FHC (2002): O governo não controlava este índice
- Lula (2004): 25,1%
Além destes, cuja fonte aos primeiros olhos não seria confiável, ledo engano, já que a banca internacional, no fim, somente quer receber sua parte, temos outros:
Lula: 30,1 bilhões
FHC: – 186,2 bilhões
Lula: 47,1 bilhões
FHC: 38,2 bilhões
Empréstimo para habitação (em reais):
Lula: 4,5 bilhões
FHC: 1,7 bilhões
PIB:
Lula: 2,6% ao ano (até 2005)
FHC: 2,3% ao ano
Crescimento industrial:
Lula: 3,77%
* O lucro líquido das grandes empresas com ações em Bolsa quase triplicou nos três anos e meio de governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao período da segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002. Folha de S. Paulo (20/08/2006)
FHC: 1,94%
Produção de bens duráveis:
Lula: 11,8%
FHC: 2,4%
Aumento na produção de veículos:
Lula: 2,4%
FHC: 1,8%
Crédito para a agricultura familiar:
Lula: 6,1%
FHC: 2,4%
Poder de compra do salário mínimo em relação à cesta básica:
Lula: 2,2 cestas básicas
FHC: 1,3 cesta básica
Aumento do custo da cesta básica:
Lula: 15,6%
FHC: 81,6%
Índice de Desigualdade social:
Lula: 0,559
FHC: 0,573
Participação dos mais pobres na renda:
Lula: 15,2%
FHC: 14,4%
Número de miseráveis:
Lula: 25,08%
FHC: 26,23%
Transferência de renda (em reais):
Lula: 7,1 bilhões
FHC: 2,3 bilhões
Média por família:
Lula: 70 reais
FHC: 25 reais
Atendidos pelo programa Saúde da Família:
Lula: 43,4%
FHC: 30,4%
Atendidos pelo programa Brasil Sorridente (atendimento odontológico):
Lula: 33,7%
FHC: 17,5%
* 15 milhões de brasileiros foram pela primeira vez ao dentista.
Mortalidade infantil indígena (por 1000 habitantes):
Lula: 21,6
FHC: 55,7
Número de turistas que vêm ao Brasil:
Lula: 4,6 milhões
FHC: 3,8 milhões
Pró-jovem – estudo subsidiado
Lula: 93 mil (18 a 24 anos)
FHC: …
* 100 reais por mês de subsídio a cada estudante
Bolsa Família
Lula: 11,1 milhões de famílias
FHC: …
* Educação e subsídio alimentar
Incremento no acesso a água no semi-árido nordestino
Lula: 762 mil pessoas e 152 mil cisternas
FHC: zero
Distribuição de leite no semi-árido (sistema pequeno produtor)
Lula: 3,3 milhões de brasileiros
FHC: zero
Áreas ambientais preservadas
Lula: incremento de 19,6 milhões de hectares (2003 a 2006)
Do ano de 1500 até 2002: 40 milhões de hectares
Apoio à agricultura familiar
Lula: 7,5 bilhões (safra 2005/2006)
FHC: 2,5 bilhões (último ano de governo)
* O governo Lula investirá 10 bilhões na safra 2006/2007
Compra de terras para Reforma Agrária
Lula: 2,7 bilhões (2003 a 2005)
FHC: 1,1 bilhão (1999 a 2002)
Investimento do BNDES em micro e pequenas empresas:
Lula: 14,99 bilhões
FHC: 8,3 bilhões
Investimentos em alimentação escolar:
Lula: 1 bilhão
FHC: 848 milhões
Investimento anual em saúde básica:
Lula: 1,5 bilhão
FHC: 155 milhões
Equipes do Programa Saúde da Família:
Lula: 21.609
FHC: 16.698
População atendida pelo Prog. Saúde da Família:
Lula: 70 milhões
FHC: 55 milhões
Porcentagem da população atendida pelo Programa Saúde da Família:
Lula: 39,7%
FHC: 31,9%
Pacientes com HIV positivo atendidos pela rede pública de saúde:
Lula: 151 mil
FHC: 119 mil
Lula: 9,6%
FHC: 12,2%
Dívida/PIB:
Lula: 51%
FHC: 57,5%
Eletrificação Rural
Lula: 3.000.000 de pessoas
FHC: 2.700 pessoas
Livros gratuitos para o Ensino Médio
Lula: 7 milhões
FHC: zero
Geração de Energia Elétrica
Lula: 1.567 empreendimentos em operação, gerando 95.744.495 kW de potência. Está prevista para os próximos anos uma adição de 26.967.987 kW na capacidade de geração do País, proveniente dos 65 empreendimentos atualmente em construção e mais 516 outorgadas.
FHC: APAGÃO
* Entre os anos de 2000 a 2005, as ações da Polícia Federal no combate ao crime cresceram 815%. Durante o governo do presidente Lula, a Polícia
Federal realizou 183 operações e 2.961 prisões? Uma média de 987 presos por ano. Já nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram realizadas apenas 20 operações, com a prisão de 54 pessoas, ou seja, uma média de 27 capturas por ano.
Fontes: IBGE, IBGE/Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar – desde 1994); ANEEL; Bovespa; CNI; CIESP; Ministérios Federais e Agências Reg.; SUS; CES/FGV; jornais FSP, O Globo e O Estado;
Numa ótica marxista, dá-se a exploração por conta do capitalista ser dono do capital e dos meios de produção, porém, num olhar liberal, esta dita exploração seria na realidade um prêmio pelo risco, dado haver a possibilidade do empresário falir.
Obviamente o tema é extenso e deveras explorado e não é o objeto fundamental do estudo deste trabalho, nem sendo tanto competente para tal, mas serve como bom introdutório para apontar direções, nas quais ficava retido grande parte do ganho com o café, se via exploração ou prêmio de risco.
Vivemos no início da República e final do Império, freqüentes oscilações cambiais e é notório que qualquer movimento brusco no câmbio, irá favorecer a especulação nas operações com o mesmo, porém, estas operações eram exercidas quase exclusivamente pelos bancos ingleses, que limitavam suas atividades praticamente a este tipo de transação, conforme descrito por Nícia Vilela:
“A atitude dos bancos ingleses, aliás, limitando suas atividades quase que só às operações de câmbio, num país faminto de capitais e de crédito...”
O comerciante importador no Brasil, era em geral estrangeiro e como visto, ao remeter lucros para o exterior, contribuía para o desequilíbrio da balança de pagamentos e já na República, manifestava-se contrário a qualquer forma de empréstimo ou subsídio às indústrias nacionais, naturalmente por ir contra seus interesses.
O comércio exportador de café, a mesma feição, também sempre foi intermediado em sua maioria por estrangeiros, “...o exportador, geralmente agente de grandes empresas estrangeiras (...) comprimir ainda mais os preços do produto...” (DELFIM).
A situação se torna até mesmo contraditória (no mínimo), quando por conta do período de valorização, transfere-se para uma empresa inglesa a tarefa de agente comprador do governo. Segue texto de obra da época, de Isaultino Costa, com detalhe para a grafia original:
“Transferida para a Brazilian Warrant Company, a função de agente comprador do governo (...) empreza, também extrangeira (...) grande especuladora e uma grande commerciante (...) detentora que era e é de todas as acções da Caixa Registradora (...) soberana e absoluta dominadora do mercado (...) Compradora e vendedora de café em conta própria e por conta do governo...”
Ou seja, se o Brasil detinha o monopólio do cultivo, uma empresa estrangeira detinha o monopólio do comércio.
Assim, este plus, ganho adicional, ou qualquer outra denominação sobre lucro e suas variáveis, ficava na sua maior parte, sempre “fora” do Brasil, ancorados em capital internacional seja na mão de rentistas, especuladores de câmbio ou especuladores de estoques.
A economia sempre andará longe de qualquer consenso, enquanto enraizada em conotações ideológicas. Todos sabem que o valor futuro (FV) difere do valor presente (PV) em função do tempo (n) e da taxa de juros (i), mas enquanto não chegarmos ao átomo do que é, ou significa esta diferença, andaremos poucos passos.
Alcindo Guanabara, jornalista e senador da República, em sessão de 1895:
“Em 15 anos, só pelos portos do Rio de Janeiro e Santos exportamos café no valor de £ 333.000.000. Tão enorme soma fundiu-se e desapareceu, ninguém sabe onde pára. Somo pobres e não capitalizamos...”
Cento e quinze anos depois, trago a revista do IPEA: Desafios do desenvolvimento – edição especial, datada de janeiro de 2010:
“Precisamos elevar o grau de industrialização daquilo que exportamos, ou seja, agregar valor às exportações na área de insumos básicos, ferro, papel, celulose, grãos (...) ampliarmos a cadeia produtiva interna...” (Roberto Cavalcanti, p.9).
“...as commodities tem baixo valor adicionado por trabalhador, portanto geram pouco PIB por trabalhador. Além disso, as commodities tem um crescimento lento...” (João Paulo de Almeida Magalhães, p. 26).
“...não sou contra a exportação de primários, mas todos produtos primários que exportamos permitiriam agregação de valor: a soja poderia ser óleo de soja, a celulose ser papel (...) o Estado pode entrar nisso como indutor...” (Raphael de Almeida Magalhães, p.64).
“Um país que é exportador de cana, do seu produto derivado ou de petróleo não vai a lugar nenhum (...) um país que tem só uma pauta de commodities é um país subdesenvolvido...” (Maria da Conceição Tavares, p. 125)
“Este é um país que pode ter as duas coisas: pode ser um grande exportador de commodities e pode ter um protagonismo adequado na exportação de manufaturados. Estamos fazendo uma troca errada, de exportar couro em vez de exportar calçados, madeira em vez de móveis...” (Luiz Gonzaga Belluzo, p. 134).
Sei do quanto soou repetitivo, mas chamou-me a atenção, diferentes economistas, diferentes correntes, diferentes motivações ideológicas, mas semelhantes afirmações quanto as necessidade de transformações estruturais de nossas exportações, no fim, apenas agregar valor as mesmas, fortalecer nosso comércio internacional e finalmente nossa balança de pagamentos.
Mas hoje (recentemente) temos a seguinte situação, quando somos o maior produtor e exportador de café, em 2008 foram quase 46 milhões de sacas, o Brasil ainda está longe de alcançar a Itália e a Alemanha, maiores exportadores do mundo, quando se trata de café industrializado.
Sabemos que a Alemanha é a maior compradora do café verde (em grãos) brasileiro. Importa um dos melhores cafés do mundo, agrega valor ao produto, quando torram e moem os grãos para posterior venda do mesmo.
De acordo com Nathan Herszkowicz (2005), Diretor-executivo da ABIC e Presidente da Câmara Setorial de Café de São Paulo:
“O mundo processa e reexporta o café brasileiro numa quantidade cinco vezes menor da que o Brasil exporta na forma de commodities (grãos verdes) (...) embora com maior valor agregado...”
A exportação de cafés industrializados é relativamente nova: começou, oficialmente, em 2002, ou seja, menos de 8 anos, mas o Brasil vem caminhando para alcançar seus concorrentes internacionais, como Itália e Alemanha, maiores exportadores do mundo, quando as exportações de café torrado passam de 11.904 sacas de 60kg em 2000 para 132.070 em 2008.
As torrefadoras brasileiras mostram claramente que estão aprendendo a agregar valor ao produto e disputando mercado, ao venderem para países da Europa, Ásia, África, América do Norte etc. Esses cafés para exportação sendo totalmente processados, industrializados e embalados em território nacional, assim acabam gerando mais empregos e renda para os brasileiros, mesmo que o controle acionário de cerca de 30% em grau de participação (Quadro), seja de empresas estrangeiras, pois apesar da inexorável remessa de lucros, adiciona-se valor ao PIB.
Michal Kalecki foi um economista polonês, nascido em 1899, que apesar de nunca ter tido um diploma formal de graduação, ganhou o título de doutor “honoris causa” concedido pela Universidade de Varsóvia, somente em 1964, por conta do monstro que foi nas artes econômicas.
Contemporâneo de Keynes, com o qual compartilhava muitas idéias, inclusive chegando a estudarem juntos posteriormente em Cambridge, não teve nunca no mundo ocidental o reconhecimento deste, apesar de terem desenvolvido simultaneamente muitas das teorias que hoje devemos (somente) a Keynes, pois Kalecki escreveu suas obras entre 33 e 35, na Polônia (Keynes em 36), mas apenas em seu idioma natal, tendo a tradução das mesmas para o inglês muito tempo depois.
Não só por Kalecki sempre se encontrar um pouco mais a esquerda que o Lord, mais, sobretudo porque, além de um ser inglês e o outro polaco, Keynes tinha luz própria, era uma daquelas pessoas, que andam sempre com um séquito orbitando ao seu redor. Se fosse pugilista, seria Muhammad Ali, se fosse ator, seria Pacino, se fosse jogador, seria Pelé...
Kalecki após 10 anos na Inglaterra retorna a Polônia e é logo nomeado para cargo na ONU e vai para Nova York, talvez porque o governo polaco achar justamente o contrário, que suas idéias estavam à direita demais, assim era melhor mantê-lo longe.
Somente em 1955, de volta (novamente), integra um Conselho de Ministros, dedicando seu tempo ao estudo tanto das economias socialistas de então, como aos problemas das economias capitalistas, os ciclos econômicos e a distribuição de renda.