domingo, 30 de outubro de 2011

Deu no New York Times: O caminho que não foi seguido

Deu no jornal título da postagem, no dia 27/10/2011, matéria assinada pelo respeitado senhor aí da foto, Nobel em 2008 da matéria que resolvi estudar depois de grande e tinha perdido as esperanças de ser cantor ou jogador de futebol:

"(...) vale a pena examinar o quadro mais amplo, ou seja, o fracasso retumbante de uma doutrina econômica – uma doutrina que provocou danos enormes tanto à Europa quanto aos Estados Unidos.
A doutrina à que me refiro consiste na afirmação de que, após uma crise financeira, os bancos precisam ser resgatados, mas a população tem que pagar o preço do resgate. Assim, a crise provocada pela desregulação transforma-se em um motivo para que haja um deslocamento ainda maior para a direita; um período de desemprego em massa, em vez de estimular a adoção de medidas governamentais para a criação de empregos, transforma-se em uma era de austeridade, na qual gastos governamentais e programas sociais são cortados."

Leia na íntegra, se seu english permite: The Path Not Taken

domingo, 16 de outubro de 2011

CÂMBIO, JUROS E INFLAÇÃO: TATEIO


Fernando Nogueira da Costa escreveu interessante (iria usar um superlativo, mas poupei o autor de quem sou fã) resenha sobre uma série de artigos publicados no jornal Valor entre 14/06/11 e 29/06/11, cujos autores, renomados na matéria, analisam o câmbio, o juro, a inflação e suas possíveis relações. Divide os economistas em dois blocos: Os “liberais” que se preocupam, antes de tudo, com a estabilização da inflação e os “desenvolvimentistas” que privilegiam a agenda do crescimento com distribuição de renda. Pequenos trechos abaixo e resenha completa no link: CÂMBIO, JUROS E INFLAÇÃO: TATEIO, também disponível no Centro Celso Furtado.

“Por que a Economia, enquanto disciplina, é tão miserável na oferta de idéias ou instrumentos de política econômica? Talvez uma pista para a resposta se encontre em Galbraith (1975): “economistas são parcimoniosos, entre outras coisas, de idéias; a maioria vale-se das idéias dos tempos em que fizeram o seu curso” (p. 238). Há sempre esperança que a mudança de idéias, em conseqüência, venha de jovens estudiosos, com a passagem de uma geração para outra.”

“Vamos analisar esse conflito de interesses, dividindo esse debate, inicialmente, em duas alas: de um lado, os paranóicos antiinflacionários; de outro, os crescimentistas. Dentro dos múltiplos temas, vamos analisar mais detalhadamente as respostas de renomados economistas à seguinte pergunta-chave: por que a taxa de juros brasileira é a maior no mundo? Parece-me que eles fazem apenas tateio da questão.”

“...ao desconsiderar a Economia Política, fica notável a irrelevância da Economia Pura. Trata-se apenas de exercício intelectual aparentemente lógico, mas só racional com a aceitação sem questionamento de suas premissas.”


*Desenho de Pawła Kuczyńskiego


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Um homem que não se vendeu



Tomei conhecimento do cidadão acima (e artista abaixo), pelo blog do meu confrade e xará Renato Fialho. Ele, o xará, não fez nenhuma introdução ao tema, mas confiante em seus ideais, cliquei no triângulo e assisti embasbacado quase 10 minutos de vídeo. Como definir Eduardo Marinho? É melhor não tentar, pois tenho a sincera convicção que ele não gostaria de ser definido, pois de alguma forma, ele sempre procurou fugir aos padrões e cárceres da vida e defini-lo, seria de alguma forma aprisioná-lo. Mas ao assisti-lo, aumentou um pouco minha tão baixa esperança no ser humano, sim, quer conhecer mais o cidadão? Clica também em seu espaço (fugi da palavras blog ou site) Observar e Absorver me permitindo a conclusão que é o título da postagem: Um homem que não se vendeu.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O Pai Monetarista, a Mãe Liberal e o Filho Rebelde

Vamos ao ponto: A instabilidade financeira é algo inerente à estrutura capitalista. Sem maiores delongas de economês, há um interesse mútuo, de emprestadores e tomadores, gerando uma expansão do crédito, que foge a regulação das centenas de bancos centrais (ou espremem estes a políticas restritivas), por conta das inovações introduzidas (pelos agentes financeiros) justamente com este objetivo (CDB’s, swaps cambiais, derivativos, securitização, etc.), havendo então criação endógena da moeda.
Onde entra esse pai Monetarista então? Monetarismo é a corrente de pensamento que se apóia na chamada Teoria Quantitativa da Moeda, respaldo do mainstream econômico e que conduz a maioria das políticas monetárias, políticas estas, fomentadoras ou sancionadoras de uma ambiente de financeirização, onde o Estado acaba ficando subordinado ao mercado e perdendo autonomia em conhecido conluio com a mãe, neoliberal, que objetiva um Estado cada vez menor, condena o excesso de gastos do mesmo em relação à tributação, que no caso gera endividamento público e segundo eles emissão monetária com conseqüente inflação. Mas se tivermos uma visão crítica, o controle dos gastos privados e subvenção do Estado via taxas de juros não serão responsáveis por queda no crescimento e desemprego, como vemos há anos?
Minsky (o cara! - Um filho rebelde de Smith) afirmava que o sistema financeiro capitalista era um contínuo viver na beira de um penhasco, que bastaria uma leve instabilidade para tudo ir por água abaixo. Ele construiu sua hipótese (muito apropriada) para o caso de uma economia ser aprisionada em excessivo endividamento, onde intermediários financeiros captam a prazo curto e emprestam a prazo longo, assim tendo seu ganho (o spread bancário), porém, a fragilidade surge dessa operação, pois os retornos dos ativos são incertos, enquanto os pagamentos dos passivos contratados são certíssimos.
Desta forma, na economia de endividamento de Misnky, um dos agentes quebrando o contrato (no bom português: dando o calote), levaria a roldão todos os outros interligados a ele. É o que na televisão, os comentaristas econômicos chamam de risco sistêmico.
O assunto é longo, existem alternativas a Teoria Quantitativa, Misnky merece livros e mais livros, eteceteretal, mas como disse Machado de Assis, Deus desgostoso de sua obra, passou a mesma ao diabo pelo custo e o mesmo organizou uma sociedade anônima...