sexta-feira, 26 de julho de 2013

Vivendo de Dividendos




Sempre me perguntam se dá para viver de renda no mercado de ações, sem correr muito risco. Obviamente pedem uma resposta não muito fácil, mas “grosso modo”, o meio com menor chance de complicações, seria apostar nas blues e que pagam bons dividendos.

Para calcular a melhor relação preço x dividendos, basta um exercício de simples: pegar o preço da ação e dividir pelo valor dos dividendos pagos. Claro que para a conta ser exata, teria que ser uma média ponderada pelo preço em cada pagamento, mas como o preço normalmente é majorado por conta da especulação pré-anúncio de pagamento, vamos a uma conta de padaria. Por exemplo: Light (LIG3), que considero com um dos melhores custos x benefícios x risco, para ser trabalhada.

Hoje, a empresa está sendo negociada por 17,42 a ação e pagou em 2012, um total de 2,14 de dividendos por ação. Então para cada 1,00, a empresa pagou 0,1228 de dividendos, ou seja, no ano de 2012, quem tinha Light na carteira, ganhou 12,28% (em dividendos - olhando somente o valor de hoje). Nada mal, comparando com outros benchmarks, bem inferiores: poupança e taxa CDB DI por exemplo.

Ou seja, “dá para viver” de dividendos, principalmente se você diversificar sua carteira, conforme proposto abaixo, onde aponto os “melhores pagamentos”, com empresas financeiras, siderúrgicas, tabaco, energia e bebidas.
Nome
código
Souza Cruz
CRUZ3
Ambev
AMBV4
Light
LIGT3
Vale
VALE3
Usiminas
USIM3
Itausa
ITSA3
Banco do Brasil
BBAS3

Mas calma, olhe o outro lado: A Light nos últimos 12 meses, caiu de 25,37 para 17,42, ou seja, uma perda de 31% sobre seu capital. Muito ruim, não é? Porém, este papel estava cotado por 9,83 em fev/2006, ou seja, precificado antes da crise de 2008. Uma valorização até nossos dias de 77,21%, o que daria 8,51% ao ano em média. Taxa anual, também superior as nossas taxas de renda fixa (lembre que todo ano você estaria ganhando a mais seus 12% de dividendos), mas levando em conta o horror que foi 2008 e a difícil recuperação ainda sendo travada, a Bolsa pode ser bom negócio às vezes para os trades, mas sempre será para o investidor de longo prazo. Veja que no nosso (bom) exemplo, você ganhou 12% ao ano em dividendos e ainda preservou seu capital a taxa média de 8,5%, num período de 7 anos.

Cotações:

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Friboi (JBS) e algumas construtoras...



Recomendações para os próximos dias: As construtoras/incorporadoras, no curto prazo, ainda terão algum gás, no longo, duvido, pois estão com suas dívidas perigosamente acima de seu patrimônio. Para este (longo), começo a pensar nas indústrias de alimentos, segundo alguns (e estou comprando a idéia), o novo paradigma de ganho no mercado. Abaixo, valores de hoje de algumas construtoras e de uma indústria de alimentos (JBS – lembra o anúncio da Friboi com o Tony Ramos?). O problema da Friboi, é que apesar de sua receita crescente e robusta, o preço das ações não acompanha (porque não tem lucro e daí não paga dividendos), ou seja, empresa excelente para sócios maioritários (donos e diretores) e não para os pequenos.
Daqui uns dias iremos rever valores e opções...


Cód.
Ativo
Preço (R$)
Osc. (%)
Data e Hora
BISA3
BROOKFIELD ON NM
1,75
-0,57
25/07 - 10:46
RSID3
ROSSI RESID ON NM
2,79
0,72
25/07 - 10:46
GFSA3
GAFISA ON NM
2,97
0,34
25/07 - 10:46
JBSS3
JBS ON NM
6,67
1,06
25/07 - 10:48
MRVE3
MRV ON NM
6,90
0,73
25/07 - 10:51

domingo, 14 de julho de 2013

Por que o Fundo Índice de Preços está caindo? Expectativas e onde colocar o dinheiro, com pouco risco (LCA) ou onde valeria à pena apostar (Fundos Cambiais)



Fundo Índice de Preços
Este fundo está com 96,13% dos seus recursos aplicados em NTN-B (um título de longo prazo do Tesouro Direto). Esses títulos pagam juros (pré-fixados) + variação do IPCA, mas estão sujeitos à volatilidade da expectativa de flutuação da taxa Selic (assim como qualquer outro, vis-à-vis ser esta taxa, a “taxa básica da economia”).
Quando a Selic cai, a rentabilidade desses títulos sobe bastante, porque o fundo comprou títulos do TD prefixados em determinada taxa e a Selic posteriormente foi reduzida, assim, o “mercado” no curto prazo estava pagando (por exemplo) 7% aa, mas o fundo tinha títulos que pagariam 8,5% aa. Quando um título de longo prazo retorna a valor presente, esta taxa capitalizada traz resultados excelentes. Foi o que aconteceu ao longo dos últimos 24 meses (até janeiro de 2013), por conta de um ciclo de queda da Selic.
Esta reversão do movimento (aumento da Selic) já apresentou impacto no valor dos títulos, que perderam valor ao longo dos últimos meses, porque o fundo possuía títulos prefixados (por exemplo) em 7% e a Selic marcava 8,5%, assim, quando descontamos estes títulos de longo prazo – num efeito inverso – os resultados são negativos.

NTN-B
Assim como a NTN-B Principal, a NTN-B é um título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida dos juros definidos no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA durante a aplicação. Apesar de ser o título que possui o maior prazo para aplicação (atualmente conta com investimentos até 2045), seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título, quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e pagamento do último cupom de juros.

Expectativas
Hoje há uma forte reversão dos juros, sendo provocada pela expectativa de retirada dos incentivos pelo banco central americano, o Federal Reserve (Fed), o que (provavelmente) irá reduzir a quantidade de dinheiro em circulação no mundo. Como o juro é o “preço” do dinheiro, ou numa abordagem keynesiana, o “prêmio” por abrir mão da liquidez, obedecendo à inexorável lei da demanda x oferta, quando menos dinheiro no mercado, mais “caro” este se tornará. Assim, esperasse num cenário global aumento das taxas mundiais, assim como num cenário nacional, também pelo viés inflacionário do momento, também aumento da nossa taxa referência, desta forma, se resolver “apostar”, talvez seja a hora de entrar num fundo cambial, se preferir solidez, finque sua posição em LCA, por conta da rentabilidade atrelada ao CDB DI e a isenção de Imposto de Renda.

Abaixo, gráfico comparando 1 milhão desde outubro (1) até junho (10), nestes três tipos de investimentos. Podemos ver que o Fundo Índice de Preços segue na maior parte do "tempo" trajetória inversa ao Fundo Cambial, ou seja, o dólar sempre tem movimento inverso aos títulos de juro pré-fixado.