Desempregados fazem fila para tomar a sopa gratuita em Chicago (EUA), durante a crise econômica da década de 1930.
Houve, como em qualquer período de expansão econômica, extraordinários ganhos privados, agora, na fase de contração, iremos socializar as perdas... (Ubiratan Iorio - Ferrenho defensor da Escola Austríaca )
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A história da crise em voga, não difere em sua essência, daquela de 1929, sendo carinhosamente plantada pelas políticas do Fed ao manter as taxas de juros artificialmente, numa tentativa de aceleração forçada da prosperidade, com as autoridades americanas colocando a idéia errada de que, se qualquer pessoa desejasse um empréstimo para comprar uma casa, o governo teria a obrigação de concedê-lo (logo eles?), mesmo que indiretamente, idéia que operacionalizou criando a Freddie Mac e a Fannie Mãe.
Inexoravelmente, as empresas de financiamento imobiliário sofreram os impactos desta política irresponsável, com a inadimplência das hipotecas, pois como conciliar o aumento previsto em contratos da taxa de juro (os juros eram mais baixos nos primeiros anos do contrato, sendo depois reajustados para taxas mais altas), com o aumento do custo de vida, afinal tudo sobe, mesmo lá, planos de saúde, gasolina, alimentos, etc? Os tomadores destes créditos acreditavam que o preço das casas iria subir e assim realizar novas hipotecas, reajustando seus valores, desta forma “rolando a dívida”, porém (e sempre existe um), esta alta dos preços era uma “bolha” especulativa e como toda bolha estourou, com os preços das casas caindo. Assim as famílias não conseguiram pagar suas casas e o banco não conseguiu reaver o dinheiro emprestado (mesmo tomando de volta a casa), pois esta não vale mais o quanto foi pago.
Em meados de 2007, a crise se transmitiu aos títulos lastreados naqueles empréstimos e no início de 2008 a contaminação atingiu também os mercados de crédito (os bancos fazem uma espécie de “seguro”, agrupando as hipotecas em papéis e fazendo um rateio no setor financeiro, no intuito de dividir o risco).
Inexoravelmente, as empresas de financiamento imobiliário sofreram os impactos desta política irresponsável, com a inadimplência das hipotecas, pois como conciliar o aumento previsto em contratos da taxa de juro (os juros eram mais baixos nos primeiros anos do contrato, sendo depois reajustados para taxas mais altas), com o aumento do custo de vida, afinal tudo sobe, mesmo lá, planos de saúde, gasolina, alimentos, etc? Os tomadores destes créditos acreditavam que o preço das casas iria subir e assim realizar novas hipotecas, reajustando seus valores, desta forma “rolando a dívida”, porém (e sempre existe um), esta alta dos preços era uma “bolha” especulativa e como toda bolha estourou, com os preços das casas caindo. Assim as famílias não conseguiram pagar suas casas e o banco não conseguiu reaver o dinheiro emprestado (mesmo tomando de volta a casa), pois esta não vale mais o quanto foi pago.
Em meados de 2007, a crise se transmitiu aos títulos lastreados naqueles empréstimos e no início de 2008 a contaminação atingiu também os mercados de crédito (os bancos fazem uma espécie de “seguro”, agrupando as hipotecas em papéis e fazendo um rateio no setor financeiro, no intuito de dividir o risco).
É como se existissem duas economias, uma real (produção) e outra imaginária (financeira), o problema é que a segunda tem gerência sobre a primeira. A grosso modo, é como se uma fábrica de carros construísse 30 carros, vendem-se os 30, mas somente recebe-se o valor correspondente a um carro. Onde está o dinheiro dos outros 29? É dinheiro virtual, a base de financiamentos de ambas a partes, tanto a que compra, como a que fabrica e vende.
Aqui na terra dos índios (não é Jens?), não deve haver muito impacto sobre os bancos, já que estes atuam somente no mercado interno, mas a nossa produção, girando em torno de 90% de matérias-primas (comodittes), ficará comprometida, não para agora, mas lá na frente, com a falta de liquidez (dinheiro) no mercado internacional, quem comprará nossos produtos? E quando comprar a que preço será? O que faremos com toda essa soja, aço, álcool...
No mundo real não existe “a” taxa de juros, mas centenas delas, uma para cada tipo de operação e prazo.
A culpa é de quem? Quem não soube entender que dinheiro também tem preço e obedece a lei da oferta e da procura, ou pior, entende e maldosamente concedeu crédito fácil, porém, não calculando que fosse estourar tão cedo a crise, antes das eleições, afinal uma economia feliz e próspera seria um bom cabo eleitoral para uma reeleição republicana, não? Lembro minha mãe, aqui no Rio, que sempre votou no César Maia, por conta da liberação de crédito na Prefeitura, para aquisição de casa própria...
Um comentário:
Valeu, Renato. Finalmente entendi a origem da porra desta crise. Os gringos, mais do que ninguém, já que são os pais do neoliberalismo, deveriam saber que não existe almoço grátis. Agora, querem dividir a conta com o mundo. É engraçado ver os arautos do "estado mínimo" defendendo a intervenção do Estado para salvar os banqueiros e outros endinheirados do sistema financeiro. Socialismo? Sim, desde que seja para os ricos. Eu disse "engraçado", mas me enganei. Tanta hipocrisia dá raiva.
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Você conseguiu explicar economia sem lançar mão do economês. Parabéns.
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Um abraço.
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