quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Por que eu voto (novamente) em Dilma Rousseff?


Não podemos tampar o sol com a peneira. Houve erro e provavelmente muito roubo na gestão da Petrobrás. O caso da refinaria de Pasadena é o paradigma disso e este é o calcanhar do valente guerreiro Aquiles do atual Governo.
 
Entretanto, mantendo minha posição de 2010, quando firmei meu voto em Dilma Rousseff, não tenho simpatia nem pelo PT, nem pelo PSDB. Ambos os partidos sempre fizeram alianças espúrias e cometeram atos nefastos em nome da governabilidade, rezando pela cartilha de Maquiavel de que os fins justificam os meios...
 
Só que no governo do PSDB, o Brasil avançou na miséria e na desigualdade social, enquanto o PT, criou escolas, faculdades, concedeu bolsas de estudos e retirou 42 milhões de pessoas da extrema pobreza.
 
Para mim, este continua a ser o argumento definitivo.
 

O BRASIL REAL - DE 2002 A 2013
Por Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira. Fonte: Pátria Latina
Tirado de: http://blogdomello.blogspot.com.br/2014/09/quadro-comparativo-do-brasil-de-2002.html?m=1


1. Produto Interno Bruto:
2002 – R$ 1,48 trilhões
2013 – R$ 4,84 trilhões

2. PIB per capita:
2002 – R$ 7,6 mil
2013 – R$ 24,1 mil

3. Dívida líquida do setor público:
2002 – 60% do PIB
2013 – 34% do PIB

4. Produção de veículos:
2002 – 1,8 milhões
2013 – 3,7 milhões

5. Safra Agrícola:
2002 – 97 milhões de toneladas
2013 – 188 milhões de toneladas

6. Investimento Estrangeiro Direto:
2002 – 16,6 bilhões de dólares
2013 – 64 bilhões de dólares

7. Reservas Internacionais:
2002 – 37 bilhões de dólares
2013 – 375,8 bilhões de dólares

8. Empregos Gerados:
Governo FHC – 627 mil/ano
Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano

9. Taxa de Desemprego:
2002 – 12,2%
2013 – 5,4%

10. Falências Requeridas em Média/ano:
Governo FHC – 25.587
Governos Lula e Dilma – 5.795

11. Salário Mínimo:
2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)
2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)

12. Dívida Externa em Relação às Reservas:
2002 – 557%
2014 – 81%

13. PROUNI – 1,2 milhões de bolsas

14. Salário Mínimo Convertido em Dólares:
2002 – 86,21
2014 – 305,00

15. Exportações:
2002 – 60,3 bilhões de dólares
2013 – 242 bilhões de dólares

16. Inflação Anual Média:
Governo FHC – 9,1%
Governos Lula e Dilma – 5,8%

17. PRONATEC – 6 Milhões de pessoas

18. Taxa Selic:
2002 – 18,9%
2012 – 8,5%

19. FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário

20. Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas

21. Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas

22. Capacidade Energética:
2001 - 74.800 MW
2013 - 122.900 MW

23. Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza

24. Criação de Universidades Federais:
Governos Lula e Dilma - 18
Governo FHC - zero

25. Criação de Escolas Técnicas:
Governos Lula e Dilma - 214
Governo FHC - 11
De 1500 até 1994 - 140

26. Desigualdade Social:
Governo FHC - Queda de 2,2%
Governo PT - Queda de 11,4%

27. Produtividade:
Governo FHC - Aumento de 0,3%
Governos Lula e Dilma - Aumento de 13,2%

28. Taxa de Pobreza:
2002 - 34%
2012 - 15%

29. Taxa de Extrema Pobreza:
2003 - 15%
2012 - 5,2%

30. Índice de Desenvolvimento Humano:
2000 - 0,669
2005 - 0,699
2012 - 0,730

31. Mortalidade Infantil:
2002 - 25,3 em 1000 nascidos vivos
2012 - 12,9 em 1000 nascidos vivos

32. Gastos Públicos em Saúde:
2002 - R$ 28 bilhões
2013 - R$ 106 bilhões

33. Gastos Públicos em Educação:
2002 - R$ 17 bilhões
2013 - R$ 94 bilhões

34. Estudantes no Ensino Superior:
2003 - 583.800
2012 - 1.087.400

35. Risco Brasil (IPEA):
2002 - 1.446
2013 - 224

36. Operações da Polícia Federal:
Governo FHC - 48
Governo PT - 1.273 (15 mil presos)

37. Varas da Justiça Federal:
2003 - 100
2010 - 513

38. 40 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C) e 42 milhões de pessoas saíram da miséria.

FONTES:
http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas
http://www.washingtonpost.com
OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU
índice de GINI: www.ipeadata.gov.br
Ministério da Educação
IBGE
Banco Mundial
 

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

"Voto Dilma, uma questão de bom senso" por Ladislau Dowbor

 
E o que importa mesmo é a dinâmica estrutural e de longo prazo. Aqui os dados são avassaladores. Temos os quase 40 milhões de brasileiros que saíram do buraco negro em que se encontravam, e isto em si já é quase milagroso, num país onde se criou uma ditadura por um miserável aumento de salário mínimo e fragmento de reforma agrária. Temos também os 20 milhões de empregos formais criados, um aumento do salário mínimo real da ordem de 70% e o menor desemprego da história, da ordem de 6%, dados que apontam para um marco de transformação estrutural. Aqui não há voo de galinha. Eu, por ofício de economista, acompanho os números. A esperança de vida ao nascer, efeito de alimentação, saúde e outros direitos básicos, passou de 65 para 74 anos: ou seja, o brasileiro tem praticamente 10 anos de vida a mais para falar como era bom antigamente.
 
Texto na íntegra em:



terça-feira, 16 de setembro de 2014

Por que eu voto em Dilma, algo sobre o Dólar e a Doença Holandesa


Recentemente li lúcido texto do Professor Bresser Pereira na “Carta Maior”, o qual transcrevo parte, onde ele justificou (e endosso) porque este votaria em Dilma, em detrimento de Aécio ou Marina.
Observo que ele nem entra no mérito das propostas de Marina e Aécio de "independência" do Banco Central, que na verdade seria a total dependência ao "grande capital", digo total, pois hoje temos um misto de dependência ao capital com dependência (melhor seria influência) política. Mas (nem que seja assim) é nesta forma (atual) que acredito, o Bacen utilizado como instrumento de política monetária, ajustando as torneiras da liquidez, onde conseguimos algum equilibrio nos fundamentos macroeconomicos.
 
Independência do Bacen, é deixar a raposa tomar conta do galinheiro, já não basta termos tido o Sr. Armínio Fraga como presidente da instituição no governo FHC?

No mesmo texto o Professor Bresser, talvez a maior autoridade no que os economistas denominam de “Doença Holandesa”, (do inglês Dutch disease) situação econômica relacionada entre a exportação de recursos naturais e o declínio do setor manufatureiro, quando a abundância de recursos naturais geraria vantagens comparativas para o país que os possui, levando-o a se especializar na produção desses bens e consequentemente a não se industrializar ou mesmo (numa situação crítica) a se desindustrializar – o que, a longo prazo, inibiria (inibirá) o processo de desenvolvimento econômico.

Discorreu sobre nossa apreciada taxa de câmbio, correlacionando a mesma com o problema acima:
“A política de crescimento com poupança externa (de déficit em conta-corrente) e a política de âncora cambial para controlar a inflação apreciam o câmbio no longo prazo. Elas são responsáveis por cerca de mais 10 pontos percentuais de apreciação da taxa de câmbio que devem ser somados aos 25% acima referidos. Logo, a desvantagem total das empresas brasileiras em relação às empresas de outros países que exportam para os mesmos mercados que nós é, em média, de 35% ( 25% 10%), e a desvantagem total em relação às empresas estrangeiras que exportam para o mercado brasileiro é de 23% (35% – 12%). Estas duas desvantagens desaparecem nos momentos de crise financeira, que, mais cedo ou mais tarde, decorrem necessariamente dessa sobreapreciação”.
Enfim, justificou sua posição em Dilma:

“Vou votar pela reeleição de Dilma Rousseff, não por que seu governo tenha sido bem sucedido, mas porque é ela quem melhor atende aos critérios que adoto para escolher o candidato. São dois esses critérios: quanto o candidato está comprometido com os interesses dos pobres, e quão capaz será ele e os partidos políticos que o apoiam de atender a esses interesses, promovendo o desenvolvimento econômico e a diminuição da desigualdade.
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Dilma atende ao primeiro critério melhor do que Marina Silva e muito melhor do que Aécio Neves. Isto nos é dito com clareza pelas pesquisas de intenção de voto, onde ela vence na faixa dos salários mais baixos, e reflete a preferência clara pelos pobres que os três governos do PT revelaram. O mesmo se diga em relação ao segundo critério na parte referente à desigualdade. O grande avanço social ocorrido nos doze anos de governo do PT tem um valor inestimável”.
 

sábado, 19 de julho de 2014

Pequenas Considerações sobre Mercados, Crise, Consumo e Crédito...

Delfim Netto na introdução de “O espírito animal” de Akerlof e Shiller (2010), sugere que devemos abandonar a suposta racionalidade dos mercados, para com base nas teorias do comportamento coletivo (...) entender o comportamento de manada, quando o consumidor voraz passa a ser parcimonioso e o empresário excessivamente prudente.
 
[Qual] a razão pela qual a coerência deixa de existir, de tempos em tempos, ou seja, o motivo que torna a economia tão suscetível a ameaças ou até mesmo a verdadeiras e profundas depressões?(MINSKY, 2010, p.161).
 
À medida que a euforia do boom se propaga, as empresas aceitam planos de financiamentos cada vez mais arriscados. A partir daí, o menor choque, aparentemente acidental, já revela este desequilíbrio latente entre rendimento financeiro e rendimento de capital produtivo e precipita uma crise (BOYER, 1990, P. 32).
 
Da mesma forma que a teoria do multiplicador keynesiano explica como cada dinheiro pode ser criado, também elucida como a cada dinheiro não gasto, corresponderia uma cadeia de corte de despesas. O mesmo multiplicador, que foi denominado antes por Marx de capital fictício, quando haveria uma necessidade de estender e transpor os obstáculos da circulação e da esfera da troca, mas não somente em função especulativa de mercado de capitais, mas em razão também da valorização das marcas, pois a aceitação tácita desta valorização, necessariamente ajudaria o capital a transpor os limites da sua necessidade de multiplicação.
 
Podemos enxergar tanto determinado fetiche marxista, observações de Smith sobre a emulação das classes sociais, questionamento sobre a perenidade da demanda agregada keynesiana, o modo de despertar o desejo de consumir na visão schumpeteriana, last but not least, o fomento ao crédito de Kalecki. Porém perguntas sempre ficarão no ar: até que pondo poderá ir à desigualdade do consumo?
A atual vem sendo combatida (e também o foi em 1929) por vigorosos incentivos governamentais e no Brasil estímulo a tomada de crédito, objetivando alavancar a demanda, face que em nossas observações, a dificuldade não está em fazer comprar, mas sim em como conseguir pagar, pois será que este desejo de consumir não é latente na maioria de nós?
 
O que faremos, nesta brincadeira de dança das cadeiras, quando a música parar?
(Eu acredito que) a prosperidade exige mais do que livres mercados...



Referências (Além da óbvias: Marx, Kalecky, Keynes e Schumpeter) :

BOYER, Robert. A teoria da regulação – Uma análise crítica, São Paulo: Nobel, 1990.

MINSKY, Hyman P., Estabilizando uma economia instável, São Paulo: Novo Século Editora, 2010.

SCHILLER, Robert, AKERLOF George, O espírito animal: como a psicologia humana impulsiona a economia e a sua importância para o capitalismo global, Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.




sexta-feira, 20 de junho de 2014

Grande Demais para Quebrar (com legendas)


Ben Bernanke, o economista que presidia o Federal Reserve, Fed, o Banco Central americano, na época em que a ação se passa, e preside até hoje, diz lá pelas tantas, no filme, que passou toda a sua vida acadêmica tentando estudar e compreender os fatores que levaram à grande crise financeira iniciada em 1929, a origem da Grande Depressão, a maior crise da história do capitalismo.
Grande Demais Para Quebrar – uma beleza de produção, com um elenco cheio de grandes atores – tem a ousadia de retratar como se deu a grande crise financeira de 2008, aquela cujos efeitos perduram até hoje, e que só encontra paralelo com a de 1929.
É uma ousadia e tanto...

Link com o filme completo e com legendas: https://archive.org/details/Grande.Demais.Para.Quebrar

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vantagem da Renda Fixa fica melhor ainda em Fundos de Previdência


Voltou o otimismo com a Renda Fixa face a perspectiva de estabilidade da Selic. Depois das sucessivas altas dos juros, iniciadas na reunião do Copom de abril de 2013, tudo indica que o Banco Central deve interromper o ciclo de aumento da taxa básica.

O indicador que mede o retorno dos títulos de renda fixa emitidos pelo Tesouro Nacional negociados no mercado secundário (IMA) acumula alta de 5,23% em 2014, até dia 16 de maio. No mesmo período, a variação do CDI foi de 4,54% e o Ibovespa subiu 4,79%.

A ótima rentabilidade da Renda Fixa neste ano contrasta com o péssimo retorno no ano passado, por conta do movimento de redução da taxa básica de juro. O desempenho em 2013 foi tão ruim que, pela primeira vez desde que começou a ser calculado, o IMA teve variação negativa em um período de janeiro a dezembro, quando mesmo os investidores que alocaram somente em papéis do governo amargaram prejuízos.

Talvez o “pior” exemplo tenha sido as NTN-Bs, corrigidas pelo IPCA, pois mesmo com alta da inflação, os títulos com vencimento em 2035 com distribuição de rendimentos semestrais tiveram variação negativa de -19% de janeiro a dezembro de 2013 e os títulos de mesmo prazo, mas com pagamento de principal e juros apenas no resgate, negociados exclusivamente no Tesouro Direto, tiveram perdas ainda maiores: -32% no período.

Uma das consequências mais visíveis da queda de preço dos papéis foi a queda do retorno dos fundos de previdência. O que ocasionou a diminuição do fluxo de recursos para a modalidade. Mas observe que esta “queda” foi apenas para quem realizou venda de cota neste prazo (2013), ou seja, efetuou resgates. Quem manteve posição, está recuperando as perdas neste semestre e melhor ainda, quem aproveitou o momento e aportou recursos (face a precificação menor das cotas) está ganhando (em previdência) este ano, comparado a outros ativos de risco semelhante.

A rentabilidade, como de costume, está influenciando o fluxo de aplicações e resgates das diferentes modalidades. Os fundos de previdência voltaram a captar de forma mais significativa e a poupança registrou o primeiro mês com resgates desde 2012, ou seja, começa a ocorrer migração de capital de valores alocados em Poupança para Fundos de Previdência, face a expectativa de melhor rentabilidade, aumentando significativamente o Patrimônio Líquido deste perfil de fundo.
A justificativa econômica é o fraco ritmo de expansão dos negócios. A inflação, apesar de continuar em nível elevado, não parece mostrar tendência de alta, o comércio começa a “chiar”, as principais linhas de produção idem com o crédito – fomentador do consumo – mostrando desaceleração no último mês.


Mantida a interrupção de alta da Selic (até mesmo porque já se enxerga um gargalo na ponta final: o consumidor e tomador de crédito), a taxas dos títulos públicos irão recuar, sendo propício para aplicações em Renda Fixa, sendo o melhor “produto” os Fundos de Previdência, por conta da vantagem tributária, além de outras especifidades, como o planejamento sucessório.