
Não foi fomentado um setor de bens de capitais (máquinas e equipamentos) que livrasse o país da dependência das importações e criasse as bases internas capazes de, por si só, assegurar a reprodução do capitalismo no Brasil – este não se desenvolveu, nos deixando a sina de país agrícola.
O crescimento econômico, do início do período cafeeiro, onde temos as seguintes informações: "É suficiente dizer que, em 1906, São Paulo respondia por 40% das exportações brasileiras, realizando, no entanto, apenas 19% das importações", " (...)em 1907 de 30 espécies de artigos manufaturados, de grande consumo, a nossa indústria já supria 78% das necessidades nacionais, figurando apenas a importação com 22%" e informações (positivas) do ensaio de Antonio Barros de Castro, sobre o Censo de 1907, vemos a relação café-indústria de forma imensamente proveitosa tanto para um, como para outro e assim para o país como um todo.
Deste "início" promissor, passamos para o seguinte quadro: "De 1920 a 1928, enquanto as exportações totais cresceram 8,5%, as importações se elevaram em 71,9%."
Assim, apesar do crescimento econômico registrado após 1860, o montante de empréstimos contraídos no exterior não diminuiu. Até 1861, os empréstimos destinavam-se a cobrir o déficit da balança comercial e a efetuar o pagamento de dívidas contraídas no período de primeira crise. A partir de 1861, o saldo da balança comercial passou a cobrir quase exclusivamente o pagamento dos antigos empréstimos. Os recursos para investimentos internos, necessários ao maior desenvolvimento da economia, tiveram então de ser buscados no exterior, dificultando a acumulação de capital no país, criação de poupança interna além de contribuir para a elevação cambial e, portanto, desvalorização progressiva, embora lenta, da moeda nacional.
Os mecanismos que geraram o crescimento pós-crises estavam nitidamente ancorados em um regime cambial e monetário que não suportaria uma crise internacional, dada a dependência deste mecanismo quase que absoluta do fluxo de capital externo e do comportamento das exportações.
Quando a ameaça de uma grande guerra sobreveio, o Brasil se imaginava forte e sadio, mas um câncer econômico o devorava as entranhas, com a depressão americana, não sobrou tempo, se espalhando feito rastilho de pólvora mundo afora e os Estados Unidos, já assumindo a hegemonia capitalista, tombado pela "bolha", o castelo de cartas erguido a custa desta dependência e fragilidade, talvez inocência econômica, ruiu.
Carlos Heitor Cony, no final de seu romance Pilatos (Civ. Brasileira, 1975), escreveu: " (...) eles não estão felizes, são somente mal informados."