sábado, 14 de abril de 2012

Redução de juros (o que sei e o que não sei)


O Brasil passou a fazer política monetária não com o instrumental econômico (depósito compulsório, taxa de redesconto e open market – operações de compra e venda de títulos públicos) ou determinada manipulação do câmbio, mas com a caneta do executivo, deixando bem claro que a tão propagada autonomia do BACEN, efetivamente parece valer, já que ao não conseguir mexer com este (seja por política ou por princípios), foi-se onde podia ir (e mandar): os bancos públicos.
Estes, obediente mente reduziram suas taxas (não todas e não para todos), com a Caixa, sem compromisso com acionistas, partindo na frente, logo atrás seguida do Banco do Brasil, com três dias de atraso, enquanto até esta data, os privados parados nos boxes.
Os bancos públicos (ou quase, como o BB) estão aproveitando espertamente para ganhar mercado (com justo apoio da média, afinal que gosta de pagar juro?), única solução para não reduzir a rentabilidade (preocupação principal do BB), pois ao reduzir a margem (spread) terão que ganhar em escala.
O Brasil pratica uma das maiores taxas de juros do planeta, isto é um fato! Mas para onde iremos com uma queda abrupta e na caneta? Haverá equilíbrio entre os compulsórios tomadores em ajustarem sua situação de quase insolvência ou taxa menor levará também ao incremento do consumo, com risco de inflação? Outra: taxas de empréstimos menores, levarão a taxas de captação também menores? Com isso desestimulando a poupança interna, necessária para o incremento de investimentos?
A entrada de capital estrangeiro, caso as taxas de retorno caiam, também irá reduzir? No longo prazo, quanto temos de fôlego para bancar nosso desequilíbrio na balança de pagamentos em relação ao câmbio?
Perguntas, perguntas...”Tempo rei. Oh! Tempo rei, ensinai o que eu ainda não sei...”
Quem sabe?

Um comentário:

Prof Toni disse...

Mas, ao termo e ao fim, essa queda não faz bem a economia? Penso no tomador de crédito pessoal e no capital de giro das empresas. Para estes a taxa menos torna mais saudável a sua situação econômica. Ou estou enganado?