terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Sobre Gaza: Um pouco (muito) de Umberto Eco

Sempre que vejo na telinha, as notícias de morte das guerras modernas, seja na Bósnia, Iraque, ou o recentíssimo conflito na faixa de Gaza, corro para a estante e me escondo nas palavras do mestre Umberto Eco, no seu pequeno (grande) livro: Cinco Escritos Morais. O trecho abaixo, está nas "páginas" da intolerância, na minha edição, começa na cento e onze:

"...Mas aí está o desafio. Educar para a tolerância adultos que atiram uns nos outros por motivos étnicos e religiosos é tempo perdido. Tarde demais. A intolerância selvagem deve ser, portanto, combatida em suas raízes, através de uma educação constante que tenha início na mais tenra infância, antes que possa ser escrita em um livro, e antes que se torne uma casca comportamental espessa e dura demais."

E ele continua, com relação a mídia (imprensa), Papa, globalização dos conflitos, papel do Judiciário, fascismo e outros, mas apesar da variedade dos temas, sempre terá como ponto comum o caráter ético, ou como dito pelo próprio: "...referem-se àquilo que seria justo fazer, àquilo que não se deveria fazer ou àquilo que não se pode fazer em hipótese nenhuma."

3 comentários:

Anônimo disse...

Outra vez de volta, samurai. Desta vez acho que pra ficar! Isso é o que diz minha saudade! rs
Então... excelente excerto este. Só reforça o que todos sabemos: tudo começa e se desenvolve através da educação.
Mas, nas minhas experiências de educadora, grandes desafios se apresentaram. Educação se faz especialmente por exemplos. Ensino e aprendizagem andam juntos e só se processam com atos e atitudes coerentes.
Enfim, temos muito a caminhar no sentido de mudar estes valores bélicos que nossas crianças aprendem por vivencia-los, até mesmo em conversas despretensiosas em todos os ambientes em que vivem - inclusive e principalmente, dentro da familia. Se nós adultos não conseguimos nos desprender desta cultura de guerras, seja em que âmbito for, o que elas poderão aprender conosco? nè?
Beijocas

Anônimo disse...

Caríssimo. Estou de volta...
Seu texto traz esse sábio Umberto Eco. Fiquei entusiasmada com as palavras dele, que são a tradução de como "não se criar belicosas criaturas", não?
Intolerância é uma palavra maldita, eu penso.
E educação( o mais precocemente possível) na liberdade e na compreensão do alheio, é a palavra-chave para se acabar com as guerras que açoitam a fragilidade da vida no planeta.
Deixo beijos prá você!
Dora

Jens disse...

Tolerância entre desiguais? Acho que este é o sonho de todos nós, Renato, humanistas. Porém, não acalento grandes ilusões neste aspecto, acho que a intolerência ainda reinará por muito tempo. A educação infelizmente caminha no sentido oposto ao preconizado por Humberto Eco, fomentando ainda mais o ódio e a discória por quem é diferente.
Mas um dia, um dia, quem sabe...
Um abraço.