Primeiro vamos revisar nosso conceito do que é um banco.
Os economistas clássicos e suas variações definiam banco como um intermediário entre os que detinham alguma reserva em dinheiro e alocavam esta reserva nos bancos no intuito de auferirem algum ganho (lucro), e o banco, emprestando este capital para terceiros, com uma taxa, obviamente maior do que remunerava, assim, o ganho do banco seria a diferença, entre o que ele remunera e o que cobra de juros, chamada pelos financistas de spread.
Keynes foi o primeiro a olhar com outros olhos esta falácia. Aos bancos eram muito mais do que isso, não sendo uma simplória dicotomia reservas/empréstimos. Ha um “milagre” da multiplicação, não dos peixes, mas sim do dinheiro em caixa, pois os bancos não emprestam somente o dinheiro que possuem em caixa, mas sim, faz uma promessa de que este papel-moeda estará disponível para o cliente quando ele achar necessário, o que nós sabemos e o banco mais ainda, raramente acontece.
Os economistas clássicos e suas variações definiam banco como um intermediário entre os que detinham alguma reserva em dinheiro e alocavam esta reserva nos bancos no intuito de auferirem algum ganho (lucro), e o banco, emprestando este capital para terceiros, com uma taxa, obviamente maior do que remunerava, assim, o ganho do banco seria a diferença, entre o que ele remunera e o que cobra de juros, chamada pelos financistas de spread.
Keynes foi o primeiro a olhar com outros olhos esta falácia. Aos bancos eram muito mais do que isso, não sendo uma simplória dicotomia reservas/empréstimos. Ha um “milagre” da multiplicação, não dos peixes, mas sim do dinheiro em caixa, pois os bancos não emprestam somente o dinheiro que possuem em caixa, mas sim, faz uma promessa de que este papel-moeda estará disponível para o cliente quando ele achar necessário, o que nós sabemos e o banco mais ainda, raramente acontece.
Vou explicar: Para simplificar, vamos considerar apenas um banco (o raciocínio será válido para vários, pois haverá troca entre eles) e a inexistência de impostos, tarifas ou depósito compulsório, a serem recolhidos pelo Banco Central.
Para cada depósito de R$ 100, o banco estima (e nisso tem-se um trabalho exato de estatística no campo econômico cognominado de econometria) que o depositante irá necessitar de 10% de seu saldo, para operações com papel-moeda e podem, assim, desejar fazer retirada neste valor, onde para satisfazer esta possível demanda, o banco mantém em caixa os mesmos 10% dos valores dos depósitos que aceita, assim, mantendo R$ 10 em caixa, como reserva voluntária, restando aos bancos R$ 90 para fazerem empréstimos.
Ao ser efetuado o empréstimo de R$ 90, o tomador deste empréstimo terá os R$ 90 creditados em sua conta e a exemplo do primeiro depositante, o banco deixará R$ 9 em caixa, sobrando R$ 81 disponíveis para novo empréstimo e assim sucessivamente. Note que o ciclo se repete, pois ninguém toma dinheiro emprestado e o mantém embaixo do colchão, tendo como destino, sempre o banco, desta forma, gerando o que Keynes chamou de multiplicador bancário. Mas aí os bancos terão um perigo: E se todos resolverem sacar seu dinheiro ao mesmo tempo? Numa situação atípica, fugindo dos modelos econométricos anteriormente planejados? No exemplo, de um depósito inicial de R$ 100, o banco deve estes R$ 100 depositados (mais os juros da remuneração) e mais os R$ 90 já emprestados ao segundo, assim, o banco teria que dispor de R$ 190 para os seus 2 clientes, mas como se só dispõe “fisicamente” de R$ 100?
A capacidade de multiplicar depósitos faz do banco a instituição mais importante do universo capitalista, pois foi à oferta de crédito, que efetivamente fez deslanchar nosso mundinho burguês (mea culpa), pois alforriou, como já dito por Schumpeter, o empreendedor da necessidade de nascer rico. Por esta importância, não podemos deixar o sistema falhar (bem, aí depende de suas convicções ideológicas), assim os governos tem tido tanta preocupação e vem injetando trilhões nos bancos de todo o mundo sempre que uma crise bate às portas.
Ganho para a sociedade, mas, sobretudo, um irrefutável ganho para o banqueiro. O pecado é quando o banqueiro quer ganhar de forma irresponsável, ou seja, emprestando m-u-i-t-o mais da sua capacidade. Felizmente no decorrer dos anos, buscaram-se formas de tentar coibir isso, vide nossas reuniões em Basiléia, à base de muito chocolate quente...
Charge: Angeli
http://www2.uol.com.br/angeli/chargeangeli/i/chargeangeli313.gif
Para cada depósito de R$ 100, o banco estima (e nisso tem-se um trabalho exato de estatística no campo econômico cognominado de econometria) que o depositante irá necessitar de 10% de seu saldo, para operações com papel-moeda e podem, assim, desejar fazer retirada neste valor, onde para satisfazer esta possível demanda, o banco mantém em caixa os mesmos 10% dos valores dos depósitos que aceita, assim, mantendo R$ 10 em caixa, como reserva voluntária, restando aos bancos R$ 90 para fazerem empréstimos.
Ao ser efetuado o empréstimo de R$ 90, o tomador deste empréstimo terá os R$ 90 creditados em sua conta e a exemplo do primeiro depositante, o banco deixará R$ 9 em caixa, sobrando R$ 81 disponíveis para novo empréstimo e assim sucessivamente. Note que o ciclo se repete, pois ninguém toma dinheiro emprestado e o mantém embaixo do colchão, tendo como destino, sempre o banco, desta forma, gerando o que Keynes chamou de multiplicador bancário. Mas aí os bancos terão um perigo: E se todos resolverem sacar seu dinheiro ao mesmo tempo? Numa situação atípica, fugindo dos modelos econométricos anteriormente planejados? No exemplo, de um depósito inicial de R$ 100, o banco deve estes R$ 100 depositados (mais os juros da remuneração) e mais os R$ 90 já emprestados ao segundo, assim, o banco teria que dispor de R$ 190 para os seus 2 clientes, mas como se só dispõe “fisicamente” de R$ 100?
A capacidade de multiplicar depósitos faz do banco a instituição mais importante do universo capitalista, pois foi à oferta de crédito, que efetivamente fez deslanchar nosso mundinho burguês (mea culpa), pois alforriou, como já dito por Schumpeter, o empreendedor da necessidade de nascer rico. Por esta importância, não podemos deixar o sistema falhar (bem, aí depende de suas convicções ideológicas), assim os governos tem tido tanta preocupação e vem injetando trilhões nos bancos de todo o mundo sempre que uma crise bate às portas.
Ganho para a sociedade, mas, sobretudo, um irrefutável ganho para o banqueiro. O pecado é quando o banqueiro quer ganhar de forma irresponsável, ou seja, emprestando m-u-i-t-o mais da sua capacidade. Felizmente no decorrer dos anos, buscaram-se formas de tentar coibir isso, vide nossas reuniões em Basiléia, à base de muito chocolate quente...
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Um comentário:
Para se abrir um negócio tão lucrativo como um banco, faz necessário um capital para custear as despesas de locação entre outras necessidades básicas e de suma importancia.Pergunta, qual a quantia para começar o futuro investimento? (ou ainda melhor quem paga essas despesas extras?)rs
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