Fundo
Índice de Preços
Este fundo está com 96,13% dos seus recursos aplicados em NTN-B (um título de
longo prazo do Tesouro Direto). Esses títulos pagam
juros (pré-fixados) + variação do IPCA, mas estão sujeitos à volatilidade da
expectativa de flutuação da taxa Selic (assim como qualquer outro, vis-à-vis
ser esta taxa, a “taxa básica da economia”).
Quando a Selic cai, a
rentabilidade desses títulos sobe bastante, porque o fundo comprou títulos do
TD prefixados em determinada taxa e a Selic posteriormente foi reduzida, assim,
o “mercado” no curto prazo estava pagando (por exemplo) 7% aa, mas o fundo
tinha títulos que pagariam 8,5% aa. Quando um título de longo prazo retorna a
valor presente, esta taxa capitalizada traz resultados excelentes. Foi o que aconteceu
ao longo dos últimos 24 meses (até janeiro de 2013), por conta de um ciclo de
queda da Selic.
Esta reversão do movimento
(aumento da Selic) já apresentou impacto no valor dos títulos, que perderam valor
ao longo dos últimos meses, porque o fundo possuía títulos prefixados (por
exemplo) em 7% e a Selic marcava 8,5%, assim, quando descontamos estes títulos
de longo prazo – num efeito inverso – os resultados são negativos.
Assim como a NTN-B Principal, a NTN-B é um título
com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida dos juros definidos
no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em
termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger de flutuações do IPCA
durante a aplicação. Apesar de ser o título que possui o maior prazo para
aplicação (atualmente conta com investimentos até 2045), seu rendimento é recebido pelo investidor ao longo do investimento, por
meio de cupons semestrais de juros, e na data de vencimento do título,
quando do resgate do valor de face (valor investido somado à rentabilidade) e
pagamento do último cupom de juros.
Expectativas
Hoje há uma forte
reversão dos juros, sendo provocada pela expectativa de retirada dos incentivos
pelo banco central americano, o Federal Reserve (Fed), o que (provavelmente)
irá reduzir a quantidade de dinheiro em circulação no mundo. Como o juro é o
“preço” do dinheiro, ou numa abordagem keynesiana, o “prêmio” por abrir mão da
liquidez, obedecendo à inexorável lei da demanda x oferta, quando menos
dinheiro no mercado, mais “caro” este se tornará. Assim, esperasse num cenário
global aumento das taxas mundiais, assim como num cenário nacional, também pelo
viés inflacionário do momento, também aumento da nossa taxa referência, desta
forma, se resolver “apostar”, talvez seja a hora de entrar num fundo cambial,
se preferir solidez, finque sua posição em LCA, por conta da rentabilidade
atrelada ao CDB DI e a isenção de Imposto de Renda.
Abaixo, gráfico
comparando 1 milhão desde outubro (1) até junho (10), nestes três tipos de
investimentos. Podemos ver que o Fundo Índice de Preços segue na maior parte do "tempo" trajetória inversa ao Fundo Cambial, ou seja, o dólar sempre tem movimento inverso aos títulos de juro pré-fixado.
2 comentários:
Excelente artigo, parabéns. Estava a procura de um artigo que analisasse alguns investimentos em relação à selic, mas que fugisse do óbvio: renda fixa e bolsa e o seu atigo me deu algumas ideias.
Entretanto gostaria de fazer uma provocação, com a alta da selic, não seria provável um aumento dos investimentos estrangeiros e consequentemente uma queda no cambio?
Otavio, você está certo, mas lembre, este post foi de julho e a economia - para usar uma palavra que os economistas gostam - anda volátil por demais da conta. Se os US$ não entrarem visando somente "carry trade", tudo bem, ou seja, se visarem investimento e não especulação, serão sempre bem vindos, apesar de eu duvidar de boas intenções, quando o assunto é ganhar dinheiro. O post basicamente foi uma análise para alguns clientes e os que seguiram, ganharam algum entre o mesmo (julho) e setembro, quando o dólar foi de 2,23 em 01/07 a 2,35 em 04/09. Abraços!
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