Blade Runner é um grande exemplo de como usar a tecnologia disponível na época à serviço de passar pela história e visual, uma projeção crítica e sombria sobre o fim do século XX e em relação ao futuro do século XXI, ao contrário de se preocupar com uma padronização estética, que em vários filmes seguintes de Sci-Fic influenciados tentaram imitar e não conseguiram. Trata-se da história de Rick Deckard, um caçador de andróides Replicantes Nexus 6 - máquinas quase perfeitas, super-homens e supermulheres - que aspiram viver na Terra, mas que devido a sua perfeição, foram programados para serem desativados em quatro anos, antes que pudessem adquirir emoções próprias e viessem a ser uma ameaça à humanidade. Por serem utilizados como escravos nas colônias em tarefas perigosas, os replicantes da Tyrell Corporation são um importante elo econômico na Terra. Em Novembro de 2019, a cidade de Los Angeles se torna um inferno superpopulacional, claustrofóbica e com chuva fina contínua. Desastres ecológicos, guerras nucleares e a própria degradação humana transformaram o planeta num lugar onde só sobrou a escória dos humanos que ainda não podem se mudar para as colônias interplanetárias fora da Terra, mostrando que o desenvolvimento tecnológico não é suficiente para evitar a decadência da sociedade moderna e um mundo sem valores próprios. O futuro de Blade Runner é nietzscheano e niilista e mostra que as corporações opressivas arrebentaram o planeta e passa a ser cada vez mais difícil ser humano, a maior luta é a espiritual contra o vazio tecnológico.
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