segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Lethal Weapon

Tendo recebido módica bonificação em meu trabalho, como todo pobre metido a besta, resolvi (talvez) comprar uma televisão de LCD, daquelas grandes, bem grandes, que trataria de ocupar toda a parede de minha humilde choupana. Como economista que se preza, iniciei a primeira etapa: Pesquisar preços.
Como próximo do meu local laboral existem diversas lojas de eletrodomésticos, estas que anunciam compulsivamente na televisão, fui pesquisar em cada uma, para no final, obviamente, pechinchar o melhor.
Ao entrar na primeira, fui imediatamente abordado por uma gentil senhora, talvez por conta de minha imponente estampa ou por conta de vendas magras, não sei, porém, ao identificar-me rapidamente como potencial comprador, já que eu disse o que queria, ela abriu seu sorriso de mármore e me encaminhou a uma determinada TV, dizendo:
- Essa aqui está com um preço óóóótimo! Inclusive, financiamos em até 36 vezes...
Eu ainda não podia saber se o preço estava bom ou ruim, afinal preço, ou melhor, dizendo, valor, é relativo. Temos o exemplo clássico, que no meio do deserto, um copo de água, para quem está morrendo de sede, vale mais que um diamante.
Assim, curioso, quis saber quanto seria a taxa de juros, no caso de um financiamento, ao que ela me respondeu:
- É baratinho, mais ou menos 4% ao mês...Espera aí que vou calcular...
Então a gentil vendedora pegou sua máquina de calcular, dessas bem simples, com as quatro operações, fez algumas contas e disse:
- Realmente, é isso aí...
Até este momento, eu não tinha apresentado minhas credenciais, mas ao comparar o preço à vista e as prestações, pude de imediato ver que havia alguma divergência na taxa de juros e que aquela gentil dama não poderia ter calculado a taxa, em cima de um valor à vista e conhecidas prestações, utilizando somente uma “simples” maquininha de calcular. Bem, até poderia, mas teria que conhecer uma determinada equação de matemática financeira, onde se tem os valores de PMT, PV e conhecendo n = período, acha-se i = taxa. Acho que não seria o caso.
Foi então que abri meu paletó e saquei minha arma (foto), efetuei o devido calculo e achei: 8% ao mês. Ao mostrar o visor da máquina para a senhora, ela respondeu:
- É...Dá um pouco mais...
Fui embora, depois de receber o cartão da loja, imediatamente jogado fora...

Nas nossas escolas, tanto me lembro, que ensinam geometria aos baldes, devendo imaginar uma nação de futuros engenheiros civis, mas “neca de pitibiriba” de matemática financeira, tão útil, para que o povo não fosse sumariamente enganado, nas lojas de eletroeletrônicos, bancos e financeiras, que andam sugando os aposentados com descontos em folha.
Afinal, eu uso apenas uma dita máquina financeira, para agilizar diversos cálculos no dia a dia, mas nada que uma simples e boa fórmula, não possa ser aplicada, nada mais ou menos complexo que uma equação do segundo grau ou teorema de Pitágoras, que todos, tenho certeza, sabem de cor e salteado.
Ou não? Ah! Desculpem, acabei de ser informado que ainda existem crianças na sexta série, que não sabem nem escrever o nome...Esqueçam o que eu escrevi acima, vou recomeçar:
Eu tenho cinco laranjas, se der uma laranja para o Jean, uma para a Dora e uma para a Loba, com quantas ficarei?

7 comentários:

Jens disse...

Ô Renato, quando pretender fazer alguma compra de vulto vou solicitar a tua assessoria financeira. Gtatuita, hehehe... (De matemática, eu sabia a fórmula de Báskara. Esqueci).
Se eu tiver 5 laranjas e der 1 pro Jean, 1 Dora e 1 pra Loba, vou ficar com um suco de laranja aguado.
***
E aí, comprou a superTV? Me convida pro rega-bofe de estréia.
Um abraço.

Nanda disse...

ahahahahah adoro uma hp 12 c, administradora que se preza num sai de casa sem ela!
até parece que essa tv "super barata" ia ser financiada por uma loja do "povo" com juros "baixos" rs
beijos

Prof Toni disse...

Mas e aí, compraste a tal tv? Tem uns lances aí da tecnologia, se tem receptor para tv digital (aquela que o ministro Hélio Costa disse que sairia rapidinho)... Vocês chamam de custo/benefício, não é isso?

Marcelo F. Carvalho disse...

Renato, você acabou de descrever o típico lojista! Conforme lia, um filminho passava na cabeça. Impressionante como quase todos são parecidos.
____________________________
8% ao mês é caro até pra mim que nada sei de matemática...
____________________________
Abraço forte!

Renato Couto disse...

Jens: A consultoria financeira pode ser paga em chopp...

Nanda: Sempre que vou comprar algo, levo a dita cuja...

Prof. Toni: Não comprei. Ventos me dizem que os preços irão cair (e muito), ano que vem, de todos os bens duráveis...

Marcelo: Realmente, diferem os produtos, mas o papo-furado, é o mesmo...

Jean Scharlau disse...

Renato, mantenha esse pessoal aí com as laranjas que eu levo a vodka.

Anônimo disse...

Ei samurai!
Que saudades eu estava de vc!!!
Seguinte: pensei em ficar com a laranja tão gentilmente oferecida, mas numa segunda rodada depensamentos (coisa que só faço vez em qdo) resolvi que prefiro chupá-la com vc! O que acha? rs...
Falando sério: cara, eu já passei da tal 6ª série, e até me lembro que tinha um professor que realmente ensinava, mas não consegui aprender a calcular os juros comerciais! Dizem que eles são diferentes de loja pra loja, né? E que podem ser de gordos a obesos!
Portanto, qdo eu for comprar a minha LCD de parede inteira, vou recorrer ao meu economista preferido, tá? rs...
Beijo! Na boca, claro! rs