- Este problema (dos engarrafamentos) só pode ser resolvido pela abertura de novas avenidas.
Ao que o outro retrucou:
- Ou pela redução do número de carros...
Somente o sentimento nacionalista, vide EUA, Alemanha ou Japão, pode encampar um projeto de desenvolvimento, mas não um nacionalismo cego, pois deverá conter certa lógica globalizada. Não basta defender o capital e o trabalho do seu país no mundo, é necessário permitir a inserção do país na economia internacional, porém de forma soberana.
Historicamente não há capitalismo forte sem empresas nacionais fortes, competindo de igual para igual com as empresas do comércio internacional.
Há que se tomar cuidado, com os discursos monetaristas/neoliberais, que muitas vezes tentam associar pejorativamente nacionalismo com autoritarismo e protecionismo primitivo e isolacionista, dando como tábua de salvação cartilhas de cega integração comercial e liberalização financeira plena, um paradoxo, como muito bem aponta Ha-Joon Chang em seu livro Chutando a Escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica (Ed. Unesp 2004), pois foram os EUA o berço da ideologia da proteção à indústria e um dos mais protecionistas até a 2ª Grande Guerra, ou seja, prega-se uma coisa para os subdesenvolvidos, mas em casa, adota-se outra política.
Chang bebe na fonte de Friedrich List, economista alemão do séc. XIX: “... quem chegou ao topo, chuta a escada pela qual subiu a fim de impedir os outros de fazerem o mesmo...”, assim, constata-se que a evolução econômica dos países desenvolvidos difere extraordinariamente dos procedimentos que hoje, recomendam às nações mais pobres, impedindo que os países em desenvolvimento adotem as políticas e as instituições que eles próprios usaram.
Há que se evitar um projeto globalizante de desintegração nacional e enfraquecimento intelectual, econômico e cultural de todos os segmentos da sociedade e buscar uma estratégia de não evitar a ligação ao mercado internacional, mas inseri-lo de forma soberana, neste processo inexoravelmente irreversível.
A pergunta crucial é como assegurar uma melhor distribuição da renda e da riqueza? O novodesenvolvimentismo busca mesclar a visão de Keynes (e de keynesianos contemporâneos) de complementaridade entre Estado e mercado com a visão cepalina neoestruturalista, para compatibilizar um crescimento econômico sustentável com uma melhor distribuição de renda.
Mas observar, que políticas sociais não devem se transformar em meras políticas assistencialistas. Reais políticas de emprego, sociais e educacionais, fundamentais para inclusão, crescimento e finalmente distribuição de renda, somente gerarão um ciclo virtuoso quando existir demanda pelas atividades que promovem, pois de nada adiantará haver qualificação sem crescimento.
Por fim, não se deve ignorar os problemas do lado da demanda por trabalho, que depende, por sua vez, crucialmente da demanda efetiva da economia, neste ponto coadunando com premissas de cunho liberal (voltadas exclusivamente para os problemas do lado da oferta), onde as oportunidades de trabalho muitas vezes não são aproveitadas por carência tanto de qualificação, como de acesso ao crédito.
Historicamente não há capitalismo forte sem empresas nacionais fortes, competindo de igual para igual com as empresas do comércio internacional.
Há que se tomar cuidado, com os discursos monetaristas/neoliberais, que muitas vezes tentam associar pejorativamente nacionalismo com autoritarismo e protecionismo primitivo e isolacionista, dando como tábua de salvação cartilhas de cega integração comercial e liberalização financeira plena, um paradoxo, como muito bem aponta Ha-Joon Chang em seu livro Chutando a Escada: a estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica (Ed. Unesp 2004), pois foram os EUA o berço da ideologia da proteção à indústria e um dos mais protecionistas até a 2ª Grande Guerra, ou seja, prega-se uma coisa para os subdesenvolvidos, mas em casa, adota-se outra política.
Chang bebe na fonte de Friedrich List, economista alemão do séc. XIX: “... quem chegou ao topo, chuta a escada pela qual subiu a fim de impedir os outros de fazerem o mesmo...”, assim, constata-se que a evolução econômica dos países desenvolvidos difere extraordinariamente dos procedimentos que hoje, recomendam às nações mais pobres, impedindo que os países em desenvolvimento adotem as políticas e as instituições que eles próprios usaram.
Há que se evitar um projeto globalizante de desintegração nacional e enfraquecimento intelectual, econômico e cultural de todos os segmentos da sociedade e buscar uma estratégia de não evitar a ligação ao mercado internacional, mas inseri-lo de forma soberana, neste processo inexoravelmente irreversível.
A pergunta crucial é como assegurar uma melhor distribuição da renda e da riqueza? O novodesenvolvimentismo busca mesclar a visão de Keynes (e de keynesianos contemporâneos) de complementaridade entre Estado e mercado com a visão cepalina neoestruturalista, para compatibilizar um crescimento econômico sustentável com uma melhor distribuição de renda.
Mas observar, que políticas sociais não devem se transformar em meras políticas assistencialistas. Reais políticas de emprego, sociais e educacionais, fundamentais para inclusão, crescimento e finalmente distribuição de renda, somente gerarão um ciclo virtuoso quando existir demanda pelas atividades que promovem, pois de nada adiantará haver qualificação sem crescimento.
Por fim, não se deve ignorar os problemas do lado da demanda por trabalho, que depende, por sua vez, crucialmente da demanda efetiva da economia, neste ponto coadunando com premissas de cunho liberal (voltadas exclusivamente para os problemas do lado da oferta), onde as oportunidades de trabalho muitas vezes não são aproveitadas por carência tanto de qualificação, como de acesso ao crédito.
3 comentários:
Renato, eu não entendo "lhufas" de economia, mas queria fazer uma pergunta, já que você tem conhecimento especializado.
Na sua postagem, você escreve que "não há capitalismo forte sem empresas nacionais fortes, competindo de igual para igual com as empresas do comércio internacional".
O que eu quero saber, do alto de minha ignorãncia, é por que a existência dessas empresas nacionais fortes não implica em produtos mais baratos para os consumidores?
Eu estou pensando em casos como da Petrobras (e amigos meus proprietários de automóvel reclamam do preço dos combustíveis). da Embev (e eu que bebo muito posso dizer que a cerveja é caríssima) ou do Itaú com o Unibanco. Tudo isso assusta ainda mais quando se vê anúncios de fusão como a da Oi com a Brasil Telecom e a (concretizada) junção da Sadia com a Pedigão.
Falei de mais, não? Um abraço.
Ah, e a pergunta foi feita porque o governo vê com bons olhos essas fusões, dizendo que o país precisa de grandes "players (cadê o nosso português?) internacionais...
Um abraço, mais uma vez.
Oi Renato.
Excelente artigo. A partir dele é possível perceber com mais clareza o clime lesa-pátria praticado pela política de privatização de FHC (a Petrobras (que queriam transformar em Petrobrax) escapou por pouco.
Também faço minhas as indagações do Halem: qual a vantagem objetiva - aqui e agora - da autosuficiência em petróleo,por exempo, se somos obrigados a seguir os preços internacionais? Não dá para dar um refresco para a turma da geral?
Um abraço.
Postar um comentário