Conforme escrito pelo próprio, em artigo defendendo sua Teoria Geral, publicado no Quartely Journal of Economics, em fevereiro de 1937: “... as minhas razões para divergir da teoria tradicional vão muito, além disso. Elas são de um caráter extremamente geral, e pretendem ser definitiva”..
Keynes, já havia em 1930, em seu Treatise of Money, buscado razões porque a economia por vezes se tornava instável, alternando prosperidade e depressão, evidenciando no curso do comércio uma sucessão de expansões e contrações, antes mesmo do colapso de 1929, “na Inglaterra, por exemplo, os negócios foram ruins em 1801, bons em 1802, ruins em 1808, bons em 1810 e assim por diante, por mais de cem anos”, expondo uma gangorra entre poupança e investimento, mas não explicando como uma economia poderia se encontrar em um estado de prolongada depressão, o que inexoravelmente aconteceu na Grande Depressão, onde os juros caíram, mas nada aconteceu.
Em 1936 publica The General Theory of Employment, Interest and Money, completando o caminho teórico de seu livro anterior, onde percebe para além de quando a poupanças são espremidas, com rendimentos contraídos, quando todos estão sem dinheiro, efetivamente não há (excesso de) poupança, como visionariamente Malthus havia questionado no fim do séc. XVIII: “Não seria possível que a poupança tornasse a demanda de mercadorias menor que a oferta?”, na época do livro, não havia a tal “pletora de poupanças”, pois como poupar quando todos estão sem dinheiro? Por fim, toda a indústria fica limitada ao tamanho do mercado que abastece.
The General Theory, vinha referendar uma política já adotada nos Estados Unidos, pelo presidente Roosevelt (tendo Keynes como mentor), logo após sua eleição de 1933, um programa de intervenção estatal, onde se as empresas não tinham meios (nem mercado) para se expandir, o governo procuraria estimular o consumo, o degrau onde se apóia qualquer atividade econômica, assim gerando um novo ciclo virtuoso, desta forma corrigindo o problema de ausência de investimentos e seu perverso sintoma, o desemprego.
A utilização de uma política monetária, visando o aumento do produto, transformando moeda-ativo em moeda meio de troca, transferindo moeda do meio financeiro, para a circulação industrial.
“Uma máquina somente é adquirida quando o seu rendimento esperado é superior à taxa de juros”[1], assim Keynes cunha o termo eficiência marginal do capital, na Teoria Geral, para nomear a taxa de rendimentos esperados de um ativo de capital.
Os trabalhadores sempre irão preferir trabalhar a não trabalhar, mesmo diante de uma queda do salário real. Assim o princípio da demanda efetiva, determinante do nível de emprego e produto da economia, pode ser resumido nas seguintes proposições: “(i) a renda depende do nível de emprego da economia e (ii) a quantidade de mão-de-obra que os empresários decidem empregar é função de duas quantidades, a saber: o valor monetário esperado que será gasto em consumo e o valor esperado que será gasto na forma de novos investimentos.”[2]
Este mesmo princípio, explicaria porque a demanda por moeda, reduz a demanda por bens e serviços, causando o “desemprego involuntário” de Keynes, pois esta acumulação de riqueza monetária, reduz o consumo, ou a demanda por outros bens e serviços, a priori bens de capital. “Os empregos perdidos porque bens de capital são produzidos em menor quantidade não são compensados pelo aumento na produção de dinheiro”.[3]
Porém, o próprio Keynes em sua Teoria Geral, mostra-se cético, no capítulo 12, quanto ao êxito de uma política monetária, simplesmente orientada para a taxa de juro. “O Estado tendo condições de calcular a eficiência marginal dos bens de capital a longo prazo (deve)...assumir uma responsabilidade...na organização dos investimentos”.[4]
Keynes procura justificar, teoricamente, a intervenção dos governos na economia: quando o dinheiro deixa de circular, seja por receio ou seja por profunda depressão (isto é, não há dinheiro), interrompendo o fluxo “natural” dos negócios, reduzindo a dita “demanda agregada”, causando ou perpetuando o estado de recessão. A hipótese (provada com o New Deal), é que os governos gastando mais do que arrecadavam, podem “reflacionar” a demanda e aumentar o emprego.
Porém, tal estratégia econômica, também foi posta em prática, empiricamente, é claro, à partir de 1933, com o governo de Adolph Hitler...
Keynes, já havia em 1930, em seu Treatise of Money, buscado razões porque a economia por vezes se tornava instável, alternando prosperidade e depressão, evidenciando no curso do comércio uma sucessão de expansões e contrações, antes mesmo do colapso de 1929, “na Inglaterra, por exemplo, os negócios foram ruins em 1801, bons em 1802, ruins em 1808, bons em 1810 e assim por diante, por mais de cem anos”, expondo uma gangorra entre poupança e investimento, mas não explicando como uma economia poderia se encontrar em um estado de prolongada depressão, o que inexoravelmente aconteceu na Grande Depressão, onde os juros caíram, mas nada aconteceu.
Em 1936 publica The General Theory of Employment, Interest and Money, completando o caminho teórico de seu livro anterior, onde percebe para além de quando a poupanças são espremidas, com rendimentos contraídos, quando todos estão sem dinheiro, efetivamente não há (excesso de) poupança, como visionariamente Malthus havia questionado no fim do séc. XVIII: “Não seria possível que a poupança tornasse a demanda de mercadorias menor que a oferta?”, na época do livro, não havia a tal “pletora de poupanças”, pois como poupar quando todos estão sem dinheiro? Por fim, toda a indústria fica limitada ao tamanho do mercado que abastece.
The General Theory, vinha referendar uma política já adotada nos Estados Unidos, pelo presidente Roosevelt (tendo Keynes como mentor), logo após sua eleição de 1933, um programa de intervenção estatal, onde se as empresas não tinham meios (nem mercado) para se expandir, o governo procuraria estimular o consumo, o degrau onde se apóia qualquer atividade econômica, assim gerando um novo ciclo virtuoso, desta forma corrigindo o problema de ausência de investimentos e seu perverso sintoma, o desemprego.
A utilização de uma política monetária, visando o aumento do produto, transformando moeda-ativo em moeda meio de troca, transferindo moeda do meio financeiro, para a circulação industrial.
“Uma máquina somente é adquirida quando o seu rendimento esperado é superior à taxa de juros”[1], assim Keynes cunha o termo eficiência marginal do capital, na Teoria Geral, para nomear a taxa de rendimentos esperados de um ativo de capital.
Os trabalhadores sempre irão preferir trabalhar a não trabalhar, mesmo diante de uma queda do salário real. Assim o princípio da demanda efetiva, determinante do nível de emprego e produto da economia, pode ser resumido nas seguintes proposições: “(i) a renda depende do nível de emprego da economia e (ii) a quantidade de mão-de-obra que os empresários decidem empregar é função de duas quantidades, a saber: o valor monetário esperado que será gasto em consumo e o valor esperado que será gasto na forma de novos investimentos.”[2]
Este mesmo princípio, explicaria porque a demanda por moeda, reduz a demanda por bens e serviços, causando o “desemprego involuntário” de Keynes, pois esta acumulação de riqueza monetária, reduz o consumo, ou a demanda por outros bens e serviços, a priori bens de capital. “Os empregos perdidos porque bens de capital são produzidos em menor quantidade não são compensados pelo aumento na produção de dinheiro”.[3]
Porém, o próprio Keynes em sua Teoria Geral, mostra-se cético, no capítulo 12, quanto ao êxito de uma política monetária, simplesmente orientada para a taxa de juro. “O Estado tendo condições de calcular a eficiência marginal dos bens de capital a longo prazo (deve)...assumir uma responsabilidade...na organização dos investimentos”.[4]
Keynes procura justificar, teoricamente, a intervenção dos governos na economia: quando o dinheiro deixa de circular, seja por receio ou seja por profunda depressão (isto é, não há dinheiro), interrompendo o fluxo “natural” dos negócios, reduzindo a dita “demanda agregada”, causando ou perpetuando o estado de recessão. A hipótese (provada com o New Deal), é que os governos gastando mais do que arrecadavam, podem “reflacionar” a demanda e aumentar o emprego.
Porém, tal estratégia econômica, também foi posta em prática, empiricamente, é claro, à partir de 1933, com o governo de Adolph Hitler...
4 comentários:
Oi Renato.
Oportuno artigo. As idéias de Lord Keynes voltaram com força total, diante da crise econômica. Os defensores da liberdade ampla, total, irrestrita e selvagem do Deus Mercado, agora estão clamando pela intervenção do Estado. Keynes deve estar com um sorriso cínico Lá no Pub do Céu onde se reúnem os súditos ilustres de Sua Majestade (os que escaparam do reino de Satanás, of course): "Eu bem que avisei."
Um abraço.
A "idéia" é justamente essa, amigo Jens, pegar alguns textos "velhos", dos "velhos" economistas e mostrar que já tinha muita coisa boa lá atrás ( coisas ruins também, mas estas deixamos ao esquecimento da História). Abraços.
Bom o momento para texto sobre Keynes... Meus alunos do ensino médio estão muito curiosos (e temerosos) com a atual crise. Na terceira série fazemos um incipiente debate (muito superficial) para que eles consigam diferenciar o Liberalismo do "Keynesianismo" e do Neoliberalismo, o resultado é sempre muito estimulante.
E eu, completamente analfabeto em economia, nem conhecia o Keynes, mas, devo admitir, fiquei espantado em como o moço deu tiros certeiros! Como a economia é extremamente cíclica e a mídia continua a não-informar seus leitores...
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Abraço forte!
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