O sujeito de nome irrefutavelmente francês era francês. Até aí nada de novo, mas algumas de suas idéias, lá do tempo em que cagar sentado era novidade, continuam de boa prática. Ressaltando o fato de Adam Smith, a lenda em pessoa, ter conhecido Quesnay em Paris, quando fazia um "bico" de tutor de um jovem nobre inglês, uns quinze anos antes de publicar seu clássico The Wealth os Nations (1776) e ficou deveras impressionado com o doutor. Sim, ele não era (somente) um economista, mas um médico da corte de Luís XV, que cuidava pessoalmente de Madame Pompadour. Vixe!
Se bem que se consideramos que a economia começou como ciência com Smith, diríamos que Quesnay era um pré-economista. Ele confeccionou alguns conceitos hoje ultrapassados (porém, outros atualíssimos-no fim do post), como pensar que a riqueza de um país origina-se de sua produção, mas somente a produção agrícola, talvez (obviamente) por conta da economia essencialmente agrícola de sua época, especialmente a economia francesa. Mas foi graças a esta idéia inicial, que Smith teve seu grande insight, de que o trabalho e não a natureza, era a verdadeira fonte de “valia” (idéia esta que passou depois pelo colo de Ricardo, chegando finalmente em Marx), talvez por Smith ter crescido no meio do efervescente comércio inglês, o oposto de Quesnay, vivendo (como já dito) numa economia agrária, francesa.
Mas o que eu quero, verdadeiramente ressaltar são alguns dos trinta axiomas que o médico francês teceu em suas “Máximas Gerais do Governo Econômico de um Reino Agrícola”, escrito em 1767:
XIX
"Que não se acredite que a redução dos preços dos alimentos seja benéfica para as camadas inferiores da população...reduz o salário...diminui bem estar...trabalho...aniquila a renda da nação."
XX
"Que não se reduza o bem estar das classes inferiores dos cidadãos...faria diminuir a renda da nação."
XXVIII
Mas o que eu quero, verdadeiramente ressaltar são alguns dos trinta axiomas que o médico francês teceu em suas “Máximas Gerais do Governo Econômico de um Reino Agrícola”, escrito em 1767:
XIX
"Que não se acredite que a redução dos preços dos alimentos seja benéfica para as camadas inferiores da população...reduz o salário...diminui bem estar...trabalho...aniquila a renda da nação."
XX
"Que não se reduza o bem estar das classes inferiores dos cidadãos...faria diminuir a renda da nação."
XXVIII
"Que a administração das finanças, seja através da cobrança dos impostos, seja através dos gastos governamentais, não acarrete fortunas pecuniárias que subtraiam uma parte de suas rendas à circulação, à distribuição e à reprodução."
XXIX
"Que não se esperem obter recursos para as necessidades extraordinárias de um Estado, senão através da prosperidade da nação, e não através do crédito dos financistas, porque as fortunas pecuniárias são riquezas clandestinas que não conhecem rei ou pátria. "
XXX
"Que o Estado evite os empréstimos que geram rendas financeiras que o sobrecarregam de dívidas devoradoras e ocasionam o tráfico de finanças...”
XXIX
"Que não se esperem obter recursos para as necessidades extraordinárias de um Estado, senão através da prosperidade da nação, e não através do crédito dos financistas, porque as fortunas pecuniárias são riquezas clandestinas que não conhecem rei ou pátria. "
XXX
"Que o Estado evite os empréstimos que geram rendas financeiras que o sobrecarregam de dívidas devoradoras e ocasionam o tráfico de finanças...”
3 comentários:
Oi Renato.
Excelente texto. Com concisão e fluidez consegues transmitir o pensamento de Monsieur Quesnay. Um hábil exercício de didatismo. Abaixo o economês! Parabéns.
Só lamento que as idéias do doutor estejam fora de moda. Seus conselhos são extremamente utéis e pertinentes no mundo de hoje. O Brasil, por exemplo, possivelmente viveria uma outra realidade se o Princípe dos Sociólogos tivesse seguido as máximas 29 e 30.
Um abraço.
Falando em Adam Smith...Por onde anda a "mão invisível da Economia"?
Excelente texto!
Abraços
"Que não se esperem obter recursos para as necessidades extraordinárias de um Estado, senão através da prosperidade da nação, e não através do crédito dos financistas, porque as fortunas pecuniárias são riquezas clandestinas que não conhecem rei ou pátria. ".
Alguma coisa a ver com o tal "capital especulativo" de hoje em dia - que querem agora regular, depois da crise - e que eu tanto ouço falar (mas não entendo "lhufas")?
Ou estou falando besteira?
Um abraço.
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