Eu quero falar de economia, não para meus poucos pares economistas, mas sim para meus muitos pares que estão nas calçadas, indo de um lado para outro , como se não tivessem as rédeas de seu destino. Do que me adianta apresentar a discussão sobre a força opressiva de um monopólio contra a distribuição teórica de um mercado livre, para quem tem 5,70 no bolso, procura um emprego e faz a seguinte conta:
2,60 ônibus para ir
2,60 ônibus para voltar
0,50 uma dose de cana, para acalmar a fome...
Eu quero falar de poesia, não para meus poucos pares poetas, mas sim para meus muitos pares que estão nas calçadas, indo de um lado para outro , como se não tivessem as rédeas de seu destino. Do que me adianta escrever a força opressiva de um pôr do sol contra a liberdade do nascer de um novo dia, para quem tem 5,70 no bolso, procura um emprego e faz a seguinte conta:
2,60 ônibus para ir
2,60 ônibus para voltar
0,50 uma dose de cana, para acalmar a fome...
2,60 ônibus para ir
2,60 ônibus para voltar
0,50 uma dose de cana, para acalmar a fome...
Eu quero falar de poesia, não para meus poucos pares poetas, mas sim para meus muitos pares que estão nas calçadas, indo de um lado para outro , como se não tivessem as rédeas de seu destino. Do que me adianta escrever a força opressiva de um pôr do sol contra a liberdade do nascer de um novo dia, para quem tem 5,70 no bolso, procura um emprego e faz a seguinte conta:
2,60 ônibus para ir
2,60 ônibus para voltar
0,50 uma dose de cana, para acalmar a fome...
5 comentários:
Bonita homenagem, Renato. FW não era perfeito. Mas era um dos nossos. Um dos melhores.
Um abraço.
Eu quero entender de economia para compreender como é possível viver com tão pouco qto vivem tantas das nossas famílias!
Bela homenagem! jamais me esquecerei que Fausto Wolf foi um dos responsáveis por umas das minhas melhores leituras: O Pasquim.
Beijo!
Renato, pois é... Perdemos ele. Logo ele!
Belo poema em prosa e contas, econômico nas palavras, pródigo no significado, no melhor estilo Faustino.
Abraço, amigo.
Renato,
bela e justa homenagem ao Fausto Wolff - um daqueles seres "humanos, demasiado humanos" que, mesmo quando erram, escrevem bobagens, etc, fazem falta em um mundo cada dia mais plastificado...
Abraço, bons caminhos e parabéns pelo belo blog!
Raul
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