quinta-feira, 26 de junho de 2008

Filme Pornô e o Liberalismo de Mercado

Alexandre Frota, soube outro dia, mas já fez um tempo, realizou (?) um filme pornô com um(a) artista (?) travesti, assim dando um enorme passo em sua carreira, onde além de meter a pica em algumas piranhas, também procurou por petróleo num cú raspado, assim ele escolheu seu ganha pão, um tremendo liberal (sexual), transando com mulheres, travecos e quem sabe mais o que? Passarinho do bico preto já contou de um passado tenebroso na Galeria Alaska (antigo ponto gay, aqui no Rio de Janeiro, onde atualmente existe uma igreja evangélica). Pois o liberalismo do Frota, é um receituário do liberalismo econômico, onde a visão básica, é a obtenção do lucro máximo, seja de que forma for, ou seja, a que (qual) custo, desde que o menor possível, se obterá a maior receita.
Pois não temos que lucro é a diferença entre a receita total e o custo total? Na Globo, Frota tinha uma salário X, praticamente com custo zero, ou seja, nenhum risco à sua imagem e desde que usando camisinha, pouco risco de saúde, pois ao optar pelo filme pornô, aumentou seu risco, porém potencializou de tal forma seu ganho (segundo ele, até 1.000.000) por filme, que compensaria "a imagem" arranhada à custa do ganho potencial. Como qualquer mercado tem sempre o seu "Q" de imprevisível, a imagem do Sr. Frota, saiu ainda mais fortalecida (viva Brasil!), gerando contrato também com a TV Record, no programa do Tom Cavalcanti. Temos aí outra fórmula econômica, onde a maximização do lucro corresponde quando a remuneração marginal (marginal aqui não é pejorativo e sim uma receita à margem) é igual ao valor do salário, ou seja, o quanto a mais de remuneração você pode ter, por um trabalho adicional? Numa fábrica, somente vale a pena colocar mais um funcionário, se este funcionário gerar uma receita igual ou maior ao seu salário, senão será inviável economicamente, certo? Se ponderarmos o Sr. Frota como unidade fábrica e seu membro como unidade produtiva, veja que ao "transar" com um travesti, ele teve este ganho adicional, pois ao trocar uma xereca por um ânus, não tendo nenhum ônus com a imagem, obteve alto grau de compensação financeira.
Exatamente o oposto, temos o caso Ronaldinho (ex) Fenômeno...
Porém no liberalismo econômico, sempre defendido pela visão daqueles que ganham (muito) com o próprio, mas sem voz para aqueles que perdem com ele, temos inexoravelmente determinado grau de perda para alguém, não existe fórmula matemática para gerar renda, a renda é objeto de transferência, sempre foi, em resumo: para haver rico, tem que haver pobre. Na melhor da hipóteses, procuram-se mecanismos de distribuição, afim de gerar perdas menores ao que possuem menor poder de barganha no mercado produtor, então neste universo do pornô, se o Sr. Frota faz a vez de quem ganha, quem perde? Nessa analogia, a rôla do Sr.Frota seria a unidade produtiva, em bom português, o trabalhador, neste caso sujeito a condições insalubres e provavelmente trabalho escravo.
Futuro post, tentarei "lançar um olhar" sobre a maximização de rentabilidade por metro quadrado nas igrejas evangélicas e a utilização maciça de propaganda (vide tantos canais) nas mesmas em relação a busca de lucro máximo (o objetivo final do empreendedor).

O desenho é uma caricatura de Sylvester Stallone por Sebastian Kruger

4 comentários:

Jean Scharlau disse...

O circo, o mundo do "espetáculo", mormente o destinado aos pobres para mantê-los nessa condição (que como disseste é a que mantém os ricos na sua) sempre sustentou-se em bizarrices - o vagabundo, barato e universal circo que é a TV, em todas as suas variantes, inclusive o DVD, vive em um tornado de bizarrices, cretinices, mentiras e falcatruas. Todos que costumam assisti-lo perdem dinheiro, e isto é o mínimo que perdem.

Renato Couto disse...

Jean:
A idéia foi esta, toda esta "barra forçada" econômica, foi como resumiste, o dinheiro é o mínimo que se perde...Mas há uma relação muito grande entre o grau de desenvolvimento (cultural e social) e crescimento econômico (não o crescimento em si, mas a distribuição deste...)

Marcelo F. Carvalho disse...

A vida é mesmo injusta, mas, para muitos, é só um cu...
Texto fantástico!

Renato Couto disse...

Prof. Marcelo:
A vida (para muitos)é só um cú, teria sido (isto sim), um fechamento fantástico para o meu texto, grato, você, assim como Pirata, Jean, Loba e outros amigos, fazem parte de minhas leituras diárias.
Abraços,