sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Monopólio

Aproveitando que ainda é São João, volto a réplica ao meu comentário sobre a postagem feita pelo Prof. Toni em 10/07 (http://proftoni.blogspot.com/), proprietário de uma capacidade de análise invejável, bem como, do seu recomendadíssimo blog (vide Vale a Pena)

Primeiro quero observar que quando uso a palavra liberal, ou suas variações, tenho medo de ser mal interpretado, dado o tom pejorativo que a mesma anda tendo, assim como política, que já vem carregada com tinta negativa. Liberal vem essencialmente (e irrefutavelmente) de LIBERDADE, sendo esta sim, sem nenhuma mácula (a menos aos homens de bem), onde sonho que um dia seja plena, tanto com liberdade política, como liberdade economica.

Voltando:
Professor, basicamente a discussão gira em torno do monopólio e da estatização ou não deste, ou seja, determinados bens e serviços devem estar na mão do Estado ou da iniciativa privada? A questão acadêmica é uma, haja que o livre mercado na sua teoria é ótimo, assim como o Estado socializando as riquezas também, mas...aí é que começa o problema, pois na prática, tanto observamos profundas distorções tanto no modus socializante, como ao deixar o mercado correr livre, leve e solto...Qual escolher? O menos pior é a minha resposta, mas qual? Segundo Lucas (não o apóstolo mas o autor de "Liberty, Morality and Justice"), numa economia livre os homens maus podem fazer menos mal...Continuando, vamos dar um passeio no meio acadêmico, onde a teoria da livre concorrência ou concorrência perfeita, na qual se baseia alguns economistas clássicos, é ótima para introduzir o aluno na matéria, mas não corresponde ao mundo real, em decorrência do irrealismo de suas hipóteses (paro por aqui para não me alongar mais no economês), porém, o ideal é o inimigo do bom e o monopólio (em teoria) é a visão do inferno para um mercado livre (para quem não o tem, maioria), sendo que ninguém em sã consciência, acredita que ele possa ser corrigido ou controlado pelo governo, senão, obviamente não haveria o monopólio, pois bastaria ao governo somente encorajar a competição e o próprio governo abster-se de criar os próprios. Em "Man, Economy and State", Rothbard faz uma análise bastante clara (aos meus olhos) da situação de monopólio, colocando que o mesmo somente existe em função da concessão de privilégios, diretos ou indiretos (você mesmo mencionou a situação em que várias empresas foram vergonhosamente DOADAS...), assim o criador de monopólios é o Estado, não existindo monopólios invulneráveis, a menos que eles sejam protegidos por este mesmo Estado. A questão da DOAÇÃO de algumas estatais é outro assunto a ser abordado (a discussão se a privatização é boa ou ruim, é uma e a forma como foram feitas, é outra, pois são caso de polícia), assim como o poderoso cartel da OPEP, assim como a Petrobrás (o petróleo é mesmo nosso?), o álcool quebrando (tentando) a ditadura do petróleo, etc. Mas isso é só um post e tudo isso já deu mais que um livro.
Abraços.

3 comentários:

Anônimo disse...

Renato. Você vem de uma formação que difere muito da minha, que sou graduada em Letras. Mas, penso que todas as atividades humanas se interligam. Assim como você pode ter sensibilidade para ler literatura e sentir prazer estético, também me preocupo com o "homem", enquanto um ser inserido no organismo social.
Gostei de ler suas palavras, porque observei que você é minucioso em analisar cada termo que possa conduzir à ambigüidade de interpretações.
Mas, de seu longo texto, captei uma frase que me resumiu sua idéia(fundamental, a meu ver...):"numa economia livre os homens maus podem fazer menos mal".
Nem ouso falar de liberalismo, monopólio do Estado, privatizações, etc...
Entretanto, pensei aqui: você seria um professor daqueles que eu apreciaria deveras, se me decidisse estudar Economia, por exemplo...rs
Grande abraço.
Bom conhecê-lo.
Dora

Anônimo disse...

Nem tudo é perfeito! Dentro deste tudo estou eu - uma completa analfa no assunto!
Mas fico feliz que minha amiga dorita tenha comentado antes de mim que assim posso dizer: concordo com ela! E concordo mesmo, no que se refere a vc professor, viu? rs...
Como nada mais tenho a dizer, aprecio a discussão e deixo todos os meus beijos. Hj sérios já que vc virou a página do blues! rs

Renato Couto disse...

Dora:
Apesar de nossa diferente formação acadêmica, temos ambos (com certeza), amor pelo ser humano, grato pelos elogios...
Loba:
A página do blues na minha vida, nunca estará virada...enquanto der pra cantar "...You are so beautiful..." tentando imitar Joe Cocker.Beijos.